O salão do Arte Pará 2024 trará uma conversa especial com três grandes nomes da fotografia parauara: Elza Lima, Guy Veloso e Paulo Santos, na próxima quinta-feira, dia 31 de outubro, às 19h, no Espaço Cultural Casa das Onze Janelas, em Belém. Com entrada gratuita, o encontro proporcionará ao público histórias, experiências e visões desses artistas que ajudaram a moldar a estética e o imaginário amazônico na arte contemporânea.
A fotógrafa Elza Lima tem uma longa trajetória com o Arte Pará, onde já conquistou prêmios importantes e já expôs sua visão poética e crítica sobre a Amazônia em diversas edições – inclusive na atual. Ela tem uma carreira notável iniciada em 1984, marcada pela sensibilidade ao cotidiano das comunidades ribeirinhas do Baixo Amazonas. Sua trajetória inclui contribuições em diversas publicações importantes, como o projeto Brasil Bom de Bola (1997), que capturou o futebol amador brasileiro em colaboração com artistas e escritores como Manuel de Barros e Patativa do Assaré. Em 1999, junto a fotógrafos renomados, documentou as fronteiras do Brasil, resultando na obra homônima. Vencedora de prêmios prestigiados, Elza conquistou a bolsa Marc Ferrez (FUNARTE) em 1996 com o projeto “Rota d’água”, que percorreu o Rio Trombetas para registrar as comunidades quilombolas. Em 1999, recebeu a bolsa Vitae para refazer a viagem histórica da cartógrafa Otille Coudreau na Amazônia, e, em 2003, documentou mulheres chefes de família no rio Nhamundá com a bolsa de pesquisa do Instituto de Artes do Pará (IAP). Foi bolsista do Kunstmuseum Des Kantons Thurgau, na Suíça, e suas obras integram importantes acervos, como o do Museu de Arte Moderna de São Paulo (Masp), Museu de Arte Moderna do Rio (MAM), e o Centro Português de Fotografia. Sua obra é celebrada pela capacidade de retratar com autenticidade a vida amazônica e a resistência das comunidades locais.
Guy Veloso, cuja trajetória no Arte Pará inclui inúmeras participações e até uma homenagem, utiliza a fotografia para documentar as manifestações rituais e populares do Brasil. É fotógrafo desde 1988, com foco na religiosidade e suas expressões culturais. Suas obras integram acervos de prestígio internacional, incluindo a University of Essex Collection of Latin American Art, no Reino Unido, e o Centro Português de Fotografia, em Portugal, além da renomada Coleção Joaquim Paiva. Em 2005, Veloso foi destaque no livro História Visual – Fotografia no Brasil, Um olhar das Origens ao Contemporâneo, de Ângela Magalhães e Nadja Peregrino, que explora a evolução da fotografia no Brasil. Entre 2005 e 2007, sua exposição individual Entre a Fé e a Febre: Retratos itinerou por países como Brasil, Argentina, Chile e Alemanha, apresentando um olhar profundo e sensível sobre a fé popular.
Paulo Santos é um jornalista e fotógrafo brasileiro com vasta experiência em fotojornalismo e documentação socioambiental. Sua trajetória profissional começou em 1979, e, em 1982, atuou como freelancer para a Agência Ágil Fotojornalismo, em Brasília. No ano seguinte, publicou um marcante ensaio fotográfico no jornal alternativo Resistência. Em 1984, Santos ingressou no jornal O Liberal, onde trabalhou até 1986 e iniciou uma série de colaborações para grandes veículos de imprensa nacional e internacional, incluindo O Globo, Folha de São Paulo, New York Times, Le Monde e Miami Herald. Em 1992 fundou a Interfoto, que conta com um banco de imagens amplamente utilizado por agências de renome como a Associated Press e a Reuters.
Sob o tema “Um Norte [transcursos – caminhos]”, o Arte Pará 2024 destaca a importância da cultura e identidade amazônicas, oferecendo um espaço de diálogo entre arte e público, além de homenagear o fotógrafo Luiz Braga. A curadoria de Nina Matos traz ao público obras que transitam entre questões de ancestralidade, natureza e identidade coletiva da região.
Comentários