Publicado em: 20 de abril de 2025
Neste domingo de Páscoa, Pupy deu seus primeiros passos, tendo renascido aos 35 anos.
Pupy é uma elefanta africana, não se sabe ao certo sua data de nascimento mas estima-se pelo histórico e características corporais. Foi retirada à força de sua manada e traficada para um circo aqui na América do Sul.
Após muitos anos de maus-tratos para executar truques antinaturais, vendendo ingressos para entreter os humanos, Pupy foi enfim salva pela polícia argentina, e, não tendo lugar apropriado, foi enviada para o Eco Parque de Buenos Aires, para ali viver.
Um elefante africano na natureza costuma caminhar por longas distâncias, percorrendo quilômetros de distância, e sendo uma fêmea costuma, reunir-se em manada. Nada disso um zoológico pode proporcionar.
Ainda que a equipe do Eco Parque tenha se dedicado a lhe proporcionar alimentação e atendimento médico veterinário da melhor forma que poderiam, a vida em um chão de cimento causa danos graves às patas de um animal tão pesado. A falta de socialização é terrível para um animal tão social quanto um elefante. A vida de abusos no circo havia terminado, mas Pupy não tinha boas condições para passar seus ainda muitos anos de vida.
A Páscoa é simbolicamente um renascimento, e após meses de trâmites e muita burocracia, Pupy enfim foi resgatada daquele Zoológico, chegando na sexta feira santa no Santuário de Elefantes Brasil.
Sim, temos um santuário de elefanes no Brasil, onde atualmente vivem 5 elefantas. Agora 6. Mas por que um santuário de elefantes em um país onde não existem elefantes nativos? Justamente por isso.
Infelizmente o histórico de animais traficados para sofrer durante suas longas vidas, para que nós humanos possamos, durante un 10 minutos, observá-los, bater alguma foto para exibir em rede social, e então voltarmos para nossas casas enquanto eles passam décadas sofrendo isolados, confinados, se alimentando de qualquer coisa e adoecendo, é uma realidade que, no caso dos elefantes, estima-se existirem cerca de 50 em nosso continente.
Pupy foi a 10ª resgatada pelo santuário, 4 já faleceram por chegarem idosas e com doenças em estado avançado que jamais haviam sido tratadas. Fruto da ganância e vaidade humana.
Após muitas horas receosas, neste domingo Pupy deu seus primeiros passos fora do cativeiro de cimento, andou entre árvores, se esfregou em algumas delas, arrancou alguns arbustos com a tromba e quebrou bastante mato com suas pisoteadas. Viva o nascimento de Pupy, aos 35 anos!
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