Em plena manhã de domingo, comboio de balsas carregadas de toras de madeira de lei explorada em um paraíso ecológico chamado Resex Arapiuns – Reserva Extrativista do Rio Arapiuns, foi visto e fotografado na linha do encontro das águas do Amazonas com o tapajós, em Santarém do Pará, ontem, 22/08/2021. O Ipê, a árvore mais cobiçada por organizações criminosas na Amazônia, por isso alcunhado “o diamante da Amazônia”, é sempre o mais derrubado. O valor médio do metro cúbico é de R$ 388,10, o que rende milhões aos madeireiros que derrubam a floresta nativa.
Por conta do desmatamento ilegal os comunitários ribeirinhos denunciam que as praias lindíssimas, com areia branquinha e fina e águas cristalinas são invadidas por máquinas carregando as toras para colocar em balsas, e as deixam poluídas com restos de madeira como cascas, serragem e estacas.
A tecnologia permite o monitoramento da região amazônica por meio de imagens de satélite, capazes de identificar as áreas de exploração, assim como os locais de embarque e desembarque das cargas. Além disso, sobrevoos apontam as coordenadas geográficas exatas das madeiras extraídas ilegalmente. Mas cada vez mais os recursos para a fiscalização são cortados e assim o desmatamento corre livre e solto.
Caminhões carregados de Ipê já foram apreendidos na Flona Tapajós (PA), no município de Belterra. O aumento do valor comercial do Ipê e a crescente investida de organizações criminosas em sua exploração agravam a vulnerabilidade dos territórios indígenas e extrativistas em toda a região do Tapajós. Não só estão fora do aproveitamento legal e sustentável da madeira, como tem seus territórios invadidos por esses grupos criminosos, evidentemente violentos, como a Human Rights Watch vem denunciando, desde 2019, a “Máfia dos Ipês” no Brasil.
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