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Belém está vivendo ultimamente uma espécie de nova, ainda que efêmera, Belle Époque, emendando o grande sucesso das festividades do Círio com o grande sucesso dos eventos ligados às COP30. Alguns dias nem se sabe se é feriado, parece que estamos em uma espécie de 50% feriado há uns 45 dias.
 
COP aliás que ficará como grande case de sucesso da cidade, a prova de que com boa vontade política e o investimento necessário, a cidade de Belém é sim capaz de sediar qualquer tipo de evento, de qualquer magnitude. Testado e aprovado.
 
Mas há algo faltando, e nesse mar de empolgação uma ausência tem sido muito sentida por alguns poucos: Esqueceram dos animais não humanos no maior evento ambiental do mundo.
 
A chamada Green Zone, onde todos podem acessar, é enorme e contempla instituições de todos os tipos, públicas e privadas, nacionais e estrangeiras. Nenhuma está tratando da vida dos animais e os impactos climáticos dos quais estes são as maiores vítimas.
 
Quando pautam a necessidade de reduzir as queimadas, não se importam com os animais que morrem queimados em cada hectare, acaba sendo uma informação oculta, um número desinteressante.
 
Quando pautam como mudar a matriz energética para uma menos poluente é para produzir energia para os humanos e reduzir a poluição para os humanos.
 
Quando querem extrair petróleo em um local ou outro, é extrair petróleo para quem?
 
Em NENHUM dos trocentos eventos, palestras, exposições, imersões 3D, inciativas de tecnologia ultramoderna, está sendo colocado qualquer animal como alguém a ser protegido por ser um sujeito de direito que não pode ser deliberadamente morto pela ação devastadora humana.
 
Todas as pautas são do homem que deve ser protegido por ser vítima do homem poluidor.
 
É óbvio que em um contexto de proteção aos biomas e gestão responsável/sustentável dos recursos naturais, o meio ambiente equilibrado irá preservar as espécies animais, mas estamos fazendo isso para eles como efeito secundário, um plus por estarmos defendendo os homens vítimas dos homens poluidores.
 
Muita sorte das 8.699.999 espécies de animais não humanos, que estão recebendo o restinho da proteção destinada à 1 única espécie, a degradadora.

Albeniz Neto
Albeniz Neto é advogado civilista, pós-graduado, atuante na defesa dos direitos dos animais em diversas cadeiras ao longo dos anos. Defensor da justiça social e da família multiespécie.

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