0
 
Tempos difíceis vivemos nós, brasileiros. A invasão do plenário da Câmara dos Deputados, ontem, por manifestantes que pediam – entre outros itens – a volta da ditadura militar é o exemplo cabal da crise de valores que assola o País. Tempos sombrios em que grupos pregam a violência, entregam a cidadania e a liberdade, princípios que deveriam nortear a Pátria. Tempos medonhos em que são agredidos os jornalistas, que apenas deveriam noticiar e não virar notícia pela selvageria que impera e desmerece o debate político nacional. 

Quatro jornalistas foram agredidos por manifestantes (policiais militares, bombeiros e agentes penitenciários, em sua maioria) quando faziam a cobertura do protesto na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro. O repórter Caco Barcelos, da Rede Globo, foi hostilizado e agredido quando gravava uma reportagem. Foi expulso sob gritos, vaias, agressões físicas e objetos jogados em sua direção. O repórter Guilherme Ramalho, do jornal O Globo, também foi agredido e impedido de trabalhar. O repórter Gustavo Maia, do portal Uol, teve o celular arrancado de sua mão pelo tapa de um manifestante, quando gravava o protesto. O aparelho não parou de gravar mesmo após cair no chão e assim o rosto do agressor pode ser visto nas imagens. Um repórter do G1 teve a máscara de proteção arrancada de seu rosto e ainda levou um soco no braço. Quando se identificou como repórter, ele foi xingado. 

Recentemente, no último dia 2, a Polícia Militar de São Paulo feriu com bala de borracha a repórter fotográfica Marlene Bérgamo, diretora do Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo e fotógrafa da “Folha de S.Paulo”. Ironicamente, a agressão aconteceu no Dia Internacional de Combate à Impunidade de Crimes Contra Jornalistas.

Crise moral, crise econômica e crise política. Ex-governadores, ex-prefeitos, ex-ministros, ex-deputados e ex-senadores presos por corrupção. 

Algo de muito errado acontece em uma sociedade que escolhe tão mal seus representantes e pratica tanta violência contra a imprensa. Aonde iremos parar? Cartas para a redação.
Franssinete Florenzano
Jornalista e advogada, membro da Academia Paraense de Jornalismo, da Academia Paraense de Letras, do Instituto Histórico e Geográfico do Pará, da Associação Brasileira de Jornalistas de Turismo e do Instituto Histórico e Geográfico do Tapajós, editora geral do portal Uruá-Tapera e consultora da Alepa. Filiada ao Sinjor Pará, à Fenaj e à Fij.

Praia do Farol Velho, em Salinópolis

Anterior

Praia do Arariá, em Santarém(PA)

Próximo

Você pode gostar

Comentários