A Polícia Federal, em conjunto com o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e a Força Nacional, voltou a inutilizar a estrutura do garimpo ilegal de cobre em Canaã dos Carajás, no sudeste do Pará. A ação ocorreu na manhã desta sexta-feira, 28 de fevereiro, e teve como objetivo desmantelar novamente a extração clandestina no mesmo local onde, em janeiro, três trabalhadores ficaram soterrados em um poço ilegal.
Apesar de já ter sido desativado há três semanas, o garimpo voltou a operar rapidamente: em vinte e um dias, seis dos nove poços de extração já estavam novamente em funcionamento. Essas minas ilegais atingem profundidades de até 50 metros e podem se estender por 100 metros no subsolo. O trabalho é considerado de alto risco e, muitas vezes, acontece em condições análogas à escravidão.
Nesta nova operação, as forças de segurança destruíram nove minas de cobre e uma estrutura de suporte composta por uma rede elétrica irregular, que incluía quatro postes de luz, três transformadores e nove centrais elétricas. Também foram inutilizados nove motores de suspensão, nove guinchos de retirada, um motor estacionário, uma retroescavadeira, trinta e cinco emulsões explosivas, quatro espoletas, 40 metros de fios detonantes, quatro acampamentos e uma pá carregadeira.
A reincidência do crime já havia sido identificada no dia 7 de fevereiro, quando uma ação da PF, ICMBio, Ibama e Força Nacional resultou na destruição de maquinário e no cumprimento de mandados de busca e apreensão em outros pontos de extração ilegal de cobre na região. Na ocasião, foram inutilizados ou apreendidos dez motores estacionários, quinze acampamentos, duas canoas, um motor rabeta, duas armas artesanais e duas pás carregadeiras.
Apesar dos esforços das autoridades, o garimpo ilegal continua sendo reativado. Dois mandados de prisão contra os responsáveis pelo crime ambiental seguem em aberto. Além disso, no início de fevereiro, três investigados tiveram bens no valor de R$ 6 milhões penhorados para reparação dos danos ambientais e econômicos causados pela exploração ilegal.



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