Hoje começam as provas de Levantamento de Peso Olímpico em Paris 2024 e o Brasil tem duas representantes: Amanda Schott, na categoria de até 71kg e Laura Amaro, na categoria de até 81 kg. Os atletas brasileiros masculinos não estão participando da competição, em parte devido à competição intensa e à necessidade de atingir altos rankings para garantir uma vaga olímpica, mas também por causa de questões relacionadas a doping, como é o caso de Fernando Reis, um dos principais nomes do esporte do país e que basicamente era a “estrela” da modalidade até então. A primeira mulher halterofilista a representar o Brasil em uma Olimpíada foi Maria Elizabete Jorge, a Bete dos Pesos, que trabalhava como lavadeira de roupas, se profissionalizou no esporte aos 34 anos e aos 43 foi pioneira olímpica em Sidney 2000, terminando em 9º lugar na categoria até 48kg.
Laura Amaro começou no levantamento de peso através de um projeto social ligado à Marinha, na Vila da Penha. Ela se considera uma “cria de verdade” do Rio de Janeiro. A atleta, inicialmente, queria jogar futebol, mas a paixão pelo levantamento de peso surgiu na primeira competição. Seu treinador, Carlos Aveiro – conhecido como Saul –, viu seu potencial e no primeiro treino, falou: “Fica, você vai ser uma campeã”. Dito e feito.
Sua primeira experiência internacional – assim como viagem de avião – foi para competir no skeleton (esporte de inverno no qual os atletas descem uma pista de gelo deitados em um trenó de bruços e de cabeça para baixo) durante as Olimpíadas da Juventude de Inverno de 2016, em Lillehammer. Depois disso, focou no levantamento de peso, conquistando a medalha de bronze no Pan Americano de Santiago na categoria até 81 kg. Na Copa do Mundo em Phuket, Tailândia, Laura levantou 112 kg no arranco (snatch) e 141 kg no arremesso (clean & jerk), somando 253 kg e garantindo sua vaga para Paris 2024.
Amanda Schott também foi “descoberta” por Saul, mas de uma forma diferente: ela era atleta de CrossFit e trabalhava como coach em três diferentes boxes (como são chamadas as academias da modalidade). Em 2019 ficou em 16º lugar do ranking brasileiro do Open (primeira fase do CrossFit Games, o campeonato mundial) e era figurinha habitual das principais competições do país. Após mudar de esporte, ela conquistou, em 2021, a medalha de bronze no Campeonato Mundial na categoria até 87kg, com um arranco de 106kg. Amanda decidiu, no entanto, seguir o conselho de seu treinador e mudar para a categoria até 71kg. Hoje, com 16 quilos a menos, seu recorde no arranco é de 108kg.
A classificação de Amanda para Paris aconteceu através do ranking mundial: apesar de só as dez primeiras terem lugar nas Olimpíadas, uma atleta francesa abriu uma vaga adicional e a China desistiu de enviar uma atleta da categoria, abrindo assim duas vagas e carimbando o passaporte de Amanda, que ocupa a 12ª posição.
Quem quiser torcer para as brabas, Amanda estreia na sexta-feira, dia 9, às 14:35h –horário de Brasília, 18:35h horário de Portugal – e Laura no sábado, dia 10, às 11:05h – 15:05 em Portugal (como não há representantes portugueses na modalidade, achamos justo convocar a torcida tuga para torcer pelas nossas brazucas).
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