O belíssimo distrito de Alter do Chão, em Santarém do Pará, está sendo devorado pelo fogo. Nas últimas semanas todo o muncípio tem ficado encoberto por uma nuvem de fumaça, causada por vários focos de incêndio. As queimadas criminosas são constantes na área, que sofre o avanço galopante da especulação imobiliária.
Alter do Chão é uma Área de Proteção Ambiental declarada por lei federal. Os terrenos são da União, sob a responsabilidade do Incra, e se sobrepõem à Terra Indígena Borari, que está em processo de demarcação. Mas os incendiários da região seguem impunes, queimando pra lotear terras e colocar cimento e asfalto na floresta.
A venda de lotes é feita de forma escancarada em redes sociais e em placas espalhadas pela PA-457, estrada que liga a cidade de Santarém à vila que ganhou o título o “Caribe Amazônico” e de uma das praias mais bonitas do mundo.
Há uma rede de grilagem de terras públicas que avança em ritmo acelerado sobre as áreas incendiadas. Todo mundo sabe do que acontece, quem são os autores, mas ninguém faz algo. Grandes extensões de floresta nativa foram transformadas em descampados.
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