O Papa Francisco nomeou o atual bispo da prelazia de Marajó (PA), Dom Evaristo Pascoal Spengler, bispo de Roraima (RR), que estava sem titular há um ano, desde a transferência de Dom Mário Antônio da Silva para a arquidiocese de Cuiabá (MT). A transição se dá em momento particularmente difícil, em meio ao genocídio dos Yanomami. Na condição de presidente da Rede Eclesial Pan Amazônica – REPAM, Dom Evaristo Spengler tem enfatizado a importância do cuidado com a Amazônia e os povos tradicionais da floresta, como um recurso para a manutenção do clima e do bem-estar do planeta. O bispo considera os desafios com os quais se defronta a Igreja os maiores desta época, visto que a atual degradação da floresta Amazônica é a maior do século. Para o religioso franciscano, neste sentido a Laudato Sí (encíclica do Papa Francisco que trata do cuidado com o meio ambiente e com todas as pessoas) é importante inspiração para o trabalho de manutenção, cuidado e preservação da vida na Amazônia.
A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) enviou saudação ao novo bispo de Roraima. Dom Evaristo Pascoal Spengler, 63 anos de idade, realizou a profissão solene na Ordem dos Frades Menores em 2 de agosto de 1982, na diocese de Petrópolis. Foi ordenado diácono em 21 de novembro de 1982 e presbítero no dia 19 de maio de 1984. Atuou como vigário nas paróquias Sagrado Coração de Jesus, em Petrópolis, de 1984 a 1985; Nossa Senhora do Pilar, em Duque de Caxias, de 1985 a 1991; Nossa Senhora da Conceição, na diocese de Nova Iguaçu, de 1995 a 1996. No período de 2001 a 2010, esteve em missão em Angola, na África.
Foi presidente da Fundação Imaculada Mãe de Deus de Angola, de 2003 a 2006. Exerceu a função de vice-mestre de estudantes de Teologia em Imbariê, Duque de Caxias, de 2013 a 2015, e definidor da Província Franciscana da Imaculada Conceição do Brasil da Ordem dos Frades Menores, de 2012 a 2015. Em 2016, foi eleito vigário provincial da mesma Província. Em 1º de junho de 2016, o Papa Francisco o nomeou bispo da Prelazia do Marajó (PA), sucedendo a Dom José Luis Azcona Hermoso, que se tornou bispo emérito. Em 9 de junho de 2022, foi eleito presidente da Rede Eclesial Pan-Amazônica (REPAM-Brasil). Dom Evaristo também preside a Comissão Especial Pastoral para o Enfrentamento ao Tráfico Humano da CNBB e é membro da Comissão Episcopal Especial para a Amazônia da CNBB.
A diocese de Roraima sempre teve preocupação com o povo indígena Yanomami, frente a omissão das autoridades. Neste momento de tristeza e de luto, Dom Mário Antônio, que é o segundo vice-presidente da CNBB, faz um chamado a que os católicos se unam em defesa da vida concreta, sobretudo quando ela está fragilizada. “É preciso transformar esse momento de tristeza, esse momento até de luto por tantas crianças indígenas que morreram em consequência dessa devastação de direitos, devastação da natureza, como também o envenenamento dos rios e tudo aquilo que têm causado destruição do meio ambiente, mas consequentemente pela bebida, pelas drogas, pela prostituição, pela invasão do garimpo ilegal, a devastação total do ser humano, das pessoas. Cuidar através de uma ecologia integral, o grande desafio está em implantar aquilo que nos fala o Papa Francisco na Laudato si´, uma verdadeira ecologia integral, que promove a vida como um todo, prioritariamente o ser humano mais necessitado”, salienta Dom Mário, complementando: “A minha palavra de esperança vai naquilo que o profeta Isaías escreve em uma de suas passagens, o povo indígena merece uma luz, merece uma grande luz. Na verdade, os povos indígenas nos oferecem essa grande luz na sua maneira de ser e que precisam ser respeitados. A minha mensagem é de respeito, de valorização e de gratidão pela perseverança das comunidades indígenas em suas lutas, em suas causas nobres.
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