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A maioria da população não sabe o quanto os jornalistas – e consequentemente – jornalismo – andam de mãos dadas com a política e a história, nos âmbitos municipal, estadual e federal. A Academia Paraense de Jornalismo prossegue em seu trabalho de resgate da memória da Imprensa no Pará, que completou duzentos anos em 2022. Uma série de sessões memoriais dará continuidade, em 2023, à programação iniciada no ano passado, alusiva ao bicentenário. Além disso, para marcar os 188 anos da Cabanagem e os 407 anos de Belém, depoimentos dos membros da APJ estão sendo colhidos em vídeo e divulgados para que, assim, a Academia cumpra um de seus objetivos perante a sociedade. São inserções curtas de amor a Belém.

O primeiro vídeo desta série é do renomado jornalista e escritor Linomar Bahia, decano da Academia Paraense de Jornalismo, com sete décadas na profissão, na qual foi pioneiro no Pará, tendo implantado quase todas as emissoras de TV e rádio, além da atuação destacada nas redações de jornais e revistas e assessoria de Comunicação. 

Bahia optou por falar um pouco de Antonio Lemos, jornalista e político que entrou para a história do Brasil ao fazer de Belém a “Paris n’América”, precursora de muitos avanços na arquitetura e o urbanismo. Lemos foi vogal [cargo equivalente ao de vereador] de Belém, deputado, secretário de governo e intendente geral [prefeito]. Chefe do Partido Republicano Paraense, apoiava a candidatura de Hermes da Fonseca à presidência em confronto ao PR nacional, representado em terras parauaras por Lauro Sodré, daí a origem dos violentos confrontos entre lemistas e lauristas, no período de 1905 a 1912.

As disputas políticas estão umbilicalmente ligadas à imprensa. Naquela época, os jornais Folha do Norte e O Estado do Pará, instrumentos dos “lauristas”, e A Província do Pará, de Lemos, além dos aliados Folha do Norte e outros jornais de menor circulação como O Estado do Pará, mantinham enfrentamento sem limites.

A expulsão de Lemos em 1912 representou profunda ruptura na política parauara e também o declínio de Belém e de todo o Pará, em função do fim do ciclo da borracha. Quando o ex-intendente foi escorraçado da cidade, seus adversários – que eram inimigos figadais – chegaram a mandar confeccionar folders e cartões-postais em Paris, festejando a expulsão de Lemos, que homiziou no Rio de Janeiro (RJ).

Antonio Lemos acabou se transformando em um mito político, principalmente a partir de 1973, quando seus restos mortais foram trazidos a Belém para o vestíbulo do Palácio Antonio Lemos, sede da Prefeitura, assim denominado em sua homenagem. Assistam ao vídeo.

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