O deputado Wladimir Costa (SD-PA) vem alcançando, na última semana, fama planetária. Mas a sua imagem desce a ladeira.
Entendo que boa parte da repercussão ao seu nome e atitudes é fruto da banalização, do obscurecimento e da degradação do jornalismo, transformado em espetáculo e entretenimento barato. Afinal, qual é a importância da tatuagem do nome do presidente da República e se é definitiva ou feita com henna? O deputado é dono de seu corpo, as tatuagens que gosta de fazer só dizem respeito a ele e aos seus íntimos. Trocando em miúdos: ninguém tem algo a ver com isso, à sociedade interessa a sua conduta como parlamentar, os seus votos, as suas manifestações. O que não é pouco. Afinal, só para citar os episódios mais recentes, ele passou uma solenidade inteira do governo federal bebendo cerveja, em Salinópolis(PA), em trajes totalmente inadequados, e provocou tumulto em plenário durante a votação pela admissibilidade do processo contra Temer, por exemplo.
Não bastasse, foi acusado de assédio à jornalista da CBN, Basília Rodrigues, na noite de terça-feira, 1° de agosto. Ela postou em seu perfil no Facebook um texto intitulado “Um ensaio sobre a idiotice”, no qual conta que pediu para ver a tatuagem do deputado após os rumores de que o desenho teria sido feito de henna. Ele respondeu: “Pra você, só se for o corpo inteiro”. O fato foi testemunhado por outros deputados, jornalistas e até câmeras de TV. Parlamentares constrangidos pediram desculpas à profissional pelo comportamento do colega. Mas ele nem se deu por achado.
Wlad também foi flagrado pelo fotógrafo Lula Marques na quarta-feira, 2, durante a histórica sessão sobre Michel Temer, respondendo assim a uma jornalista, via WhatsApp: “Mostra a tua bunda afinal não são suas profissões que a destacam como mulher é sua bunda. Vai lá põe aí garota” (sic).
Para ele, nada houve de errado.
O Sindicato dos Jornalistas do Distrito Federal, em nota, repudiou o assédio sexual e moral, destacando que “as mulheres jornalistas, em especial as negras, já estão submetidas a uma série de desigualdades e violências, dentro e fora das redações, que demandam de toda a sociedade atenção redobrada, ainda mais quando se trata de uma cobertura política de interesse público”. O blog assina embaixo.
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