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A Argentina celebrou mais um ano de sua independência no dia 9 de julho, e se você já visitou a capital daquele país sabem bem o que significa a imponente avenida que leva em seu nome esta data.

Este ano teve um motivo adicional para evocar a ideia de liberdade em um sentido mais amplo e comovente. A partida de Kenya, a última elefanta em cativeiro do país, para o Santuário de Elefantes Brasil, marca um capítulo significativo na história de uma nação que, além de conquistar sua autonomia política, solidifica seu compromisso com a liberdade também de outras espécies de animais, não humanos.
A libertação de Kenya do Eco Parque de Mendoza para um ambiente onde ela pode viver de forma a expressar seus comportamentos mais naturais simboliza um avanço na percepção da sociedade sobre o valor da vida e o direito à dignidade animal.
Se a independência política de um país é a afirmação de sua soberania, a ausência de elefantes em cativeiro na Argentina reflete uma ruptura com práticas antigas e há muito inadequadas e inaceitáveis de utilização de animais para o entretenimento humano.

Kenya foi retirada à força de sua manada aos 4 anos de idade, na África, e desde então viveu entre jaulas e correntes, migrando com circos, até não ter mais utilidade, quando então passou a viver em um recinto de concreto por outros longos anos, até sua idade atual, que se estima 44 anos.
40 anos sem sequer poder ver um outro elefante.

Dia 09 de julho de 2025 Kenya veio para o Brasil, onde passou a viver em um santuário. Havia ainda um outro elefante chamado Tamy, que morreu uma semana antes, ainda dentro do seu cativeiro na Argentina.

Assim, o dia da independência argentina, que antes remetia apenas à liberdade humana, adquiriu neste ano de 2025 um novo e belo significado. A ausência de elefantes em cativeiro, e se torna um marcoà ideia de que a liberdade é um conceito universal, direito de todas as formas de vida.

E um viva ao povo argento que em muito lutou e colaborou para que Kenya fosse transferida ao santuário.

Albeniz Neto
  • Albeniz Neto é advogado, pós graduado em direito civil e atua na advocacia animalista desde 2017. Aualmente preside a Comissão de Defesa dos Direitos dos animais da OAB PA e é membro efetivo da Comissão Especial de Proteção e Defesa dos Animais na OAB Federal.

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