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O Brasil está em crise mas nem todas as empresas sofrem com ela. No terceiro trimestre deste ano, por exemplo, a Vale conseguiu reduzir o custo de produção da commodity a US$ 12,70 por tonelada, base porto (FOB), o menor da indústria mineradora mundial. E poderá cair para menos de US$ 10 por tonelada em todos os sistemas de produção a curto prazo, cálculo que considera desvalorização ainda maior do real em relação ao dólar. Entre julho e setembro, a empresa registrou receita líquida de R$ 23,3 bilhões, 117% acima de igual período de 2014, influenciado pela desvalorização do real frente ao dólar. O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ficou em R$ 6,8 bilhões, estável, e fechou o período com prejuízo de R$ 6,6 bilhões – quase o dobro da perda de R$ 3,381 bilhões no terceiro trimestre de 2014 -, efeito do câmbio sobre a dívida em dólar. De janeiro a setembro, a receita soma R$ 62,8 bilhões, o Ebitda está R$ 18,2 bilhões e o prejuízo alcança os R$ 11 bilhões. A ação preferencial da Vale fechou a R$ 14,83, com 0,61% de alta. Já a ação ordinária terminou o dia a R$ 18,51, alta de 2,32%, ontem. 

O presidente da Vale, Murilo Ferreira, disse que a redução de custos obtida pela empresa resulta de três variáveis principais: câmbio, volumes crescentes de produção e aumento de produtividade. O S11D, no sul do Pará, maior projeto de minério de ferro da história da companhia, está em fase final de implantação.  A data da entrada em operação só será divulgada no “Vale Day”, encontro da mineradora com os investidores na Bolsa de Nova York marcado para 1º dezembro. Outra informação que será confirmada no evento é a meta de produção de minério de ferro da empresa para 2016. Este ano, a Vale deve produzir 340 milhões de toneladas e está revisando os números para o ano que vem. O Credit Suisse acredita que a meta da gigante mineradora para 2016 poderá ser fixada em 355 milhões de toneladas. 

Peter Poppinga, diretor de ferrosos da Vale, declarou que a empresa já produziu no terceiro trimestre a um custo de US$ 10 por tonelada em Carajás, no Pará, e no Sistema Sudeste, em Minas Gerais, tomando por base uma taxa de câmbio de R$ 3,50 por dólar. O próximo passo, nas palavras do executivo, é “otimizar” o sistema sul, também em Minas Gerais. A entrada em operação do S11D, a partir do ano que vem, vai contribuir para reduzir ainda mais os custos. Poppinga disse que a conta de US$ 10 por tonelada, incluindo mina, beneficiamento e logística até o porto, é um cálculo “conservador” que não considera ganhos de produtividade que podem ser obtidos com o aumento da automação e a substituição de caminhões por correias nas minas. 
Franssinete Florenzano
Jornalista e advogada, membro da Academia Paraense de Jornalismo, da Academia Paraense de Letras, do Instituto Histórico e Geográfico do Pará, da Associação Brasileira de Jornalistas de Turismo e do Instituto Histórico e Geográfico do Tapajós, editora geral do portal Uruá-Tapera e consultora da Alepa. Filiada ao Sinjor Pará, à Fenaj e à Fij.

Artista ximanga pintou o painel na Alepa

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