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A partir desta terça-feira, 1º de julho, o Sistema Único de Saúde (SUS) inicia a aplicação da vacina meningocócica ACWY como dose de reforço para bebês de 12 meses, em substituição à atual vacina contra o sorogrupo C. A medida amplia a cobertura vacinal contra quatro sorogrupos da bactéria Neisseria meningitidis (A, C, W e Y) e representa um avanço significativo no combate à meningite bacteriana.

A mudança, oficializada por meio de nota técnica do Ministério da Saúde, busca oferecer maior proteção em uma fase crucial do desenvolvimento infantil. Até junho de 2025, o Brasil já registrou 61 casos de meningite meningocócica, com 61 mortes atribuídas à doença.

Até então, o calendário do SUS incluía duas doses da vacina meningocócica C (conjugada) aos 3 e 5 meses, com reforço aos 12 meses. Com a atualização, apenas o reforço do primeiro ano de vida será substituído pela vacina ACWY, já utilizada anteriormente para adolescentes entre 11 e 14 anos.

A expectativa é que, futuramente, toda a imunização seja feita com a ACWY. Segundo o Ministério da Saúde, não será necessário reiniciar o esquema vacinal. Crianças que já tenham recebido a dose de reforço com a meningocócica C não precisam receber a ACWY. Já aquelas que ainda não completaram a imunização aos 12 meses poderão tomar diretamente a nova versão da vacina.

Para pais e responsáveis, a orientação segue simples e direta: levar a criança à Unidade Básica de Saúde com o cartão de vacinação no mês em que ela completa 12 meses. A substituição do imunizante será feita automaticamente pela equipe da unidade, sem necessidade de agendamento prévio.

A meningite causada pela bactéria Neisseria meningitidis é uma das formas mais agressivas da doença, com maior incidência em crianças pequenas e adolescentes. No Brasil, o sorogrupo C ainda é o mais frequente, mas os demais sorotipos (A, W e Y) também circulam no país, o que justifica a inclusão da vacina ACWY no calendário infantil. A meningite bacteriana pode evoluir com rapidez e causar sequelas graves, como surdez, amputações e lesões neurológicas. Em casos extremos, a doença pode levar à morte em poucas horas. A vacinação é, portanto, a medida preventiva mais eficaz.

Além da nova vacina, o SUS mantém em seu calendário vacinas que ajudam a prevenir outras formas de meningite, entre elas:

  • Vacina pneumocócica 10-valente (conjugada) – contra o Streptococcus pneumoniae, causador de meningite pneumocócica;
  • Vacina contra Haemophilus influenzae tipo b (Hib) – presente na pentavalente;
  • Vacina BCG – protege contra formas graves da tuberculose, incluindo a meningite tuberculosa;
  • Vacina tríplice viral – protege contra sarampo, caxumba e rubéola; a caxumba pode, raramente, causar meningite viral;
  • Vacina contra influenza (gripe) – ajuda a reduzir o risco de infecções respiratórias secundárias e complicações como a meningite.

Toda criança com vacina em atraso deve ser levada ao posto de saúde. Não existe dose perdida. Mesmo fora do prazo ideal, é possível regularizar a caderneta. A vacinação é a principal ferramenta para proteger crianças de doenças graves e muitas vezes fatais.

FOTO: ROVENA ROSA/AGÊNCIA BRASIL

Gabriella Florenzano
Cantora, cineasta, comunicóloga, doutoranda em ciência e tecnologia das artes, professora, atleta amadora – não necessariamente nesta mesma ordem. Viaja pelo mundo e na maionese.

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