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O deputado Beto Faro conseguiu uma façanha: uniu o partido contra si. A tal Caravana da Esperança, que já estava fazendo água e tinha agenda para esta sexta-feira, 9, no Sul e Sudeste do Pará, foi cancelada subitamente, sem explicação oficial, em meio a muita especulação. Primeiro a turma do abafa alardeou que o candidato estava com problemas de saúde. Mas Beto Faro foi visto muito bem disposto, participando de eventos políticos. Como o pretexto não colou, surgiu uma outra versão: a de que ele tinha sido convidado pela presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, para um evento em São Paulo, o ato de formalização da aliança eleitoral entre PT e PSB.

Acontece que a militância petista está em pé de guerra, e as altíssimas labaredas têm nome e sobrenome: Josenir Nascimento, figura carimbada do MDB, da confiança do senador Jader Barbalho, do governador Helder Barbalho e do presidente estadual, Jader Filho, que se filiou na calada da noite às hostes petistas e foi apresentado por Beto Faro às demais lideranças como o seu primeiro suplente ao Senado, por acordo com Helder sem consultar um só dos grupos do PT. Pior: o deputado federal Zé Geraldo já tinha anunciado publicamente, nas redes sociais, em 14 de janeiro, que o primeiro suplente seria ele. Tanto que tem se desdobrado, junto com seu grupo, acompanhando Faro. E foi esse compromisso que viabilizou a rasteira na reeleição de Paulo Rocha.

Se em qualquer agremiação que se preze tal conduta causaria um tremendo quiproquó, no PT, sigla moldada em intermináveis debates internos, teve efeito devastador. Todas as vertentes políticas decidiram não mais participar da caravana da esperança. Para evitar o vexame de chegar sozinho na região – nos municípios já visitados é grande a revolta por se sentirem enganados pelos folders de divulgação, que sugeriam a presença de Lula –, o jeito foi cancelar a caravana e tentar salvar o caldo derramado. Mas não está fácil. Sem Zé Geraldo e Paulo Rocha a candidatura ao Senado é natimorta.

O encontro de planejamento das pré-candidaturas de Airton Faleiro e Dirceu Ten Caten está mantido em Marabá. Josenir já foi secretário executivo da AMAT Carajás e da FAMEP. É quem toca a pauta municipalista para o governo do Estado. Já passou pela pela Funasa e Delegacia da Agricultura. Agora o próprio governador terá que intervir para apagar o incêndio petista. Trata-se de uma encrenca surreal. Operação Cavalo de Troia.

Franssinete Florenzano
Jornalista e advogada, presidente da Academia Paraense de Jornalismo, membro da Academia Paraense de Letras, do Instituto Histórico e Geográfico do Pará, da Associação Brasileira de Jornalistas de Turismo e do Instituto Histórico e Geográfico do Tapajós, editora geral do portal Uruá-Tapera e consultora da Alepa. Filiada ao Sinjor Pará, à Fenaj e à Fij.

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3 Comentários

  1. Em política tudo pode acontecer, especialmente nesses tempos de vacas gordas $ onde as coligações se realizam fortalecendo interesses partidários.
    Neste contesto, o PT perdeu espaço no cenário político, herança de gestões anteriores

  2. O PT é maior que qualquer crise.
    É quem tenta derrubar o partido termina sendo derrubado.
    A militância sabe muito bem separar o joio do trigo.
    Quero parabenizar o senador Paulo Rocha,por ser fiel ao PT,e ao povo paraense.
    Paulo Rocha é semente,é uma ideia que está,e estará sempre na mente da militância petista.
    Até mesmo fora do PT!.

  3. Tem gente que vá com muita sede ao pote… e esquece de se dispor a conversar sobre o pote e a água com seus parceiros…

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