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Foto: Oswaldo de Lima
A presidente Dilma Rousseff veio hoje ao Pará inaugurar a Usina Hidrelétrica de Belo Monte, 20 dias depois da data prevista no contrato de concessão, que era 31 de março. As ações mitigadoras dos impactos do empreendimento nos  doze municípios da área de influência da UHE, envolvendo saneamento básico, construção de escolas e unidades de saúde, além do reassentamento da população tradicional remanejada, também não foram executadas, ainda estão em andamento. E 80% dos recursos a título de compensação ambiental foram destinados ao Mato Grosso, o caso está no Judiciário. Só em 2019 a UHE, a maior usina 100% nacional e quarta maior do mundo, ficará pronta, com potência instalada de 11.233,1 MW, capaz de gerar energia para atender 60 milhões de pessoas em 17 estados do Brasil. 

Isto se o cronograma atual for cumprido. É oportuno acentuar que 80% dessa energia será destinada  à exportação, e o Pará não recebe um centavo de ICMS, que é cobrado no destino, além do que ainda pagamos a segunda maior tarifa da América Latina, porque a contabilidade é o custo da produção dividido pelo número de habitantes. A estatística é do Dieese: de 1998 a 2014 a tarifa energética teve aumento de quase 500%, enquanto o salário mínimo foi reajustado em apenas 204%. Como se nota, o povo parauara não tem o que festejar.
Franssinete Florenzano
Jornalista e advogada, membro da Academia Paraense de Jornalismo, da Academia Paraense de Letras, do Instituto Histórico e Geográfico do Pará, da Associação Brasileira de Jornalistas de Turismo e do Instituto Histórico e Geográfico do Tapajós, editora geral do portal Uruá-Tapera e consultora da Alepa. Filiada ao Sinjor Pará, à Fenaj e à Fij.

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