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Eis o retrato do descaso com vidas humanas que volta e meia resulta em tragédias nos nossos rios. O navio da linha Belém/Macapá saiu ontem às 10h de Macapá e deveria ter aportado em Belém hoje às 10h, retornando às 13h para a capital do Amapá. Mas só chegou às 21:30h no galpão 9 da Cia. Docas do Pará. Um grupo de mais de 100 passageiros que aguardava desde o meio dia a embarcação pediu explicações à agência responsável – a São Francisco de Paula –  que não deu qualquer informação ou previsão. Revoltados, eles fecharam a rua marechal Hermes em protesto. A atendente da agência fugiu do seu posto com medo de ser agredida e a polícia foi chamada para conter a confusão. Uma mulher desmaiou e foi socorrida pela viatura do Corpo de Bombeiros. Segundo Rafaela Cristina Santos, irmã de uma passageira, o barco que deveria fazer a travessia apresentou defeito em vários trechos da viagem e o responsável disse que não havia condições de voltar a Macapá.  Os passageiros que chegaram contaram que não havia alimentação no navio. E os que embarcaram agora, além de cansados e famintos, estão com medo porque o navio não foi consertado e aparenta superlotação. A Agência São Francisco de Paula não se pronuncia. E a Antaq? E a Capitania dos Portos? Por que não tomam providências?


Retificação: equivocadamente, citei a Arcon, mas é a Antaq – Agência Nacional de Transportes Aquaviários  que tem competência para tratar do transporte interestadual de passageiros. A responsabilidade da Arcon é com o intermunicipal. Peço desculpas e faço a devida correção. 
Franssinete Florenzano
Jornalista e advogada, membro da Academia Paraense de Jornalismo, da Academia Paraense de Letras, do Instituto Histórico e Geográfico do Pará, da Associação Brasileira de Jornalistas de Turismo e do Instituto Histórico e Geográfico do Tapajós, editora geral do portal Uruá-Tapera e consultora da Alepa. Filiada ao Sinjor Pará, à Fenaj e à Fij.

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