Se a crise vem atingindo os palcos da Europa, no Brasil ela causa sérios prejuízos à programação erudita. Para se ter uma ideia, no Theatro Municipal de São Paulo, em meados do segundo semestre de 2015 uma ópera chegou a ser cancelada (Così fan tutte), e a programação anunciada previamente para 2016 foi revista e reduzida. Com o Rio de Janeiro em situação de colapso na saúde, educação e segurança, o Theatro Municipal também restou prejudicado. Seus artistas e funcionários sofrem com salários parcelados e atrasados, e a estreia da ópera Orfeu e Eurídice teve que ser adiada alguns dias na temporada de julho deste ano.
Uma das novidades desta edição do Festival de Ópera do Theatro da Paz é a cantata “Los Pájaros Perdidos – O Tempo no Tango”, baseada na obra de Astor Piazzolla e Carlos Gardel, com récitas nos dias 26, 27 e 28 de agosto, às 20h. O espetáculo, concebido por Paulo Chaves, Eduardo Neves e Luiz Pardal, aborda as estações, começando pela primavera, quando se inicia a vida; o verão, quando se tem o auge; o outono, parodiando o começo da decadência; e o inverno, que é o adeus.
Turandot, última ópera de Puccini, é o ponto alto da programação, que ainda contará com três palestras, lançamentos de um livro sobre a vida de Carlos Gomes e de dois DVDs das óperas Mephistofeles e Otelo, além do concerto de encerramento.
O maestro Miguel Campos Neto, que vai reger a OSTP em todos os espetáculos deste ano, considera o Festival uma vitrine da maior importância para os músicos parauaras, diante do foco das publicações especializadas do mundo inteiro no evento.
As bilheterias do Theatro da Paz já estão abertas para a venda de ingressos do concerto de abertura e da cantata Los Pájaros Perdidos. No dia 1º de setembro inicia a venda dos ingressos para a ópera Turandot. Na foto de Cristino Martins, os organizadores do Festival em entrevista coletiva ontem de manhã.
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