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Uma coletânea com cem experiências de Tecnologia Social da Amazônia foi lançada na 76ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência, em Belém (PA). A iniciativa é fruto de programa do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, que contou com o trabalho em cooperação das três instituições vinculadas na Amazônia ao Ministério: Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), Instituto de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá (IDSM) e o Museu Paraense Emílio Goeldi (MPEG).

A Coletânea Experiências de Tecnologia Social na Amazônia surgiu como resultado do mapeamento realizado na região, como parte do Programa Tecnologias Sociais Sustentáveis para Amazônia – Agenda 2030 (MCTI), uma ação conjunta do Inpa, Mamirauá e Emílio Goeldi. Partindo disso, as instituições desenvolveram três projetos, que contribuíram para a construção de uma cooperação entre os institutos e a sociedade em prol da tecnologia social na região.

O trabalho mapeou experiências de TS autodeclaradas em sete grandes áreas de atuação: Agricultura Familiar, Piscicultura e Extrativismo; Conservação Ambiental e Manejo de Recursos Naturais; Educação, Cultura e Inclusão Digital; Geração de Renda e Inclusão Socioprodutiva; Materiais Sustentáveis para Construção e Geração de Energia; Saúde e Saneamento e, a última, Tecnologia de alimentos.

A obra foi organizada por Benedita Barros, Cássia Yamanaka, Dávila Corrêa, Denise Gutierrez, Diana Cruz, Estefani Fujita, Felipe Addor e Regina Oliveira.

Os três projetos formam o projeto Rede Amazônica de Tecnologia Social, coordenado pela pesquisadora Denise Gutierrez, do Inpa; Projeto Tecnologias Sociais Sustentáveis na Amazônia Central: Manejo de recursos naturais e desenvolvimento regional do Instituto de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá (IDSM), coordenado por Dávila Corrêa, do Mamirauá; e o Projeto Tecnologias Sociais Sustentáveis Para a Amazônia – Agenda 2030, coordenado por Regina Oliveira da Silva, do MPEG .

A coordenadora da Rede Amazônica de Tecnologias Sociais do Inpa, Denise Gutierrez, que capitaneou a formalização da pesquisa e coleta de dados, diz que o trabalho é importante por ser uma referência e dar visibilidade às tecnologias da Amazônia. “Estamos no Norte, uma das regiões que têm os piores indicadores de desenvolvimento social, de qualidade de vida, de condições de saúde e educação. Então, entendemos que é uma contribuição muito importante para a área do conhecimento e também para os gestores que trabalham com políticas públicas, que formulam legislações que irão promover inclusão social, em várias áreas que precisamos”, frisa.

Segundo Regina Oliveira, o projeto proporcionou um olhar ampliado de Tecnologia Social (TS) dentro do Museu Goeldi, o que no passado não era muito relevante e através do projeto foi criado o Observatório de Tecnologia Social do Museu Goeldi, que apresenta as TS desenvolvidas pelo Museu e um espaço para que a sociedade apresente sua TS. “Então a relevância de pensar, fazer, executar e reaplicar tecnologia gera a transformação social para o bem-viver para o bem-estar, para melhoria da qualidade de vida das populações mais vulneráveis, tanto rural como urbana”, ressalta.

Para saber mais sobre as experiências de tecnologia social do Inpa, acesse o canal no YouTube INPAdaAmazonia, onde estão cerca de 60 lives e vídeos, como óleo de buriti e criação de matrinxã em canal de igarapé e manejo do bananal – capacitando agricultores em práticas agroecológicas e agricultura orgânica.

Apresentar tecnologia social a quem não conhece é um dos focos da coletânea, um diálogo que quebra barreiras do saber social, é o que defende Dávila Corrêa, do Mamirauá. “Eu convido a olhar para a trajetória e não para ‘um produto final’, a ver como foi esse processo de desenvolver cada tecnologia social, de como as interações humanas acontecem em torno do processo”, pontua. “E isso é o fruto dessa reunião que envolve as três unidades do MCTI presentes na Amazônia”, completa .
A obra foi construída a partir de um projeto de pesquisa, devidamente submetido ao Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal do Amazonas (Ufam) pela pesquisadora Denise Gutierrez.

O Projeto Rede Amazônica de Tecnologia Social também produziu uma série de obras em formato digital. As cartilhas e guias estão disponíveis gratuitamente para download no Repositório Digital, entre os quais Receitas para alimentação escolar com PANC: plantas alimentícias não convencionais, Tecnologia social para habitação: casa popular sustentável e Técnicas de processamento de frutas amazônicas para produção de farinha.

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