Foram confirmados 15 casos novos de Febre Tifoide em Belém do Pará, conforme alerta do Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde da Sesma, e a partir de dois já configura situação de surto. O bairro do Jurunas tem dez casos, o da Pedreira tem dois, nos bairros da Marambaia, Barreiro e Canudos também já existem casos registrados, um em cada, e a doença pode se disseminar para outros bairros, por conta disso o serviço de saúde precisa estar preparado, bem como intensificar medidas de prevenção contra a doença.
A febre tifóide (CID 10: A01.0) é uma doença bacteriana aguda de distribuição mundial. É causada pela Salmonella entérica sorotipo Typh, bacilo gram-negativo da família Enterobacteriaceae. Está associada a baixos níveis socioeconômicos e relacionada principalmente a precárias condições de saneamento e de higiene pessoal e ambiental.
Trata-se de doença de notificação compulsória imediata para as Secretarias Municipais e Estaduais de Saúde, e de notificação semanal para o Ministério da Saúde; portanto, todo caso suspeito confirmado deve ser notificado e registrado em até sete dias no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan).
É considerado caso suspeito o indivíduo com febre persistente, acompanhada ou não de um ou mais dos seguintes sinais e sintomas: cefaleia (dor de cabeça), mal-estar, dor abdominal, anorexia (falta de apetite), dissociação pulso-temperatura (pulso lento em relação à temperatura alta), constipação (prisão de ventre) ou diarreia, tosse seca, roséolas tíficas (manchas rosadas no tronco) e esplenomegalia (baço aumentado de volume).
Dados epidemiológicos do Sinan apontam que no ano passado foram confirmados 26 casos de febre tifoide em todo o Brasil, sendo sete no Pará e dois deles no município de Belém.
As medidas de controle incluem higiene pessoal na preparação, manipulação e armazenamento de alimentos, sistema de saneamento básico, principalmente em relação ao fornecimento de água potável em quantidade suficiente, limpeza e desinfecção das caixas-d’água de instituições públicas (escolas, creches, hospitais, centros de saúde, asilos, presídios) e domiciliares, a cada seis meses ou com intervalo menor se necessário, fervura ou cloração da água pela população em caso da não disponibilização de água potável ou tratada.
A vacina não tem alto poder imunogênico e induz à imunidade de curta duração. É indicada só para pessoas sujeitas a exposições excepcionais, que viajam para zonas de alta endemicidade e para recrutas. Não é indicada rotineiramente ou em massa. Há estudos mostrando que em determinadas situações epidemiológicas, em regiões altamente endêmicas, pode ser uma ferramenta auxiliar, ao lado das medidas tradicionais de implantação de saneamento básico e água tratada, na redução de casos. A vacina pode ser encontrada nos serviços privados de vacinação e centros de atendimento ao viajante.
Confiram o boletim de alerta da Sesma.
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