0
O governador Simão Jatene precisa tomar as rédeas da Estação das Docas, Hangar Centro de Convenções da Amazônia e Mangal das Garças, equipamentos culturais e turísticos da maior importância e que estão em acelerado processo de deterioração. Não é aceitável que lugares lindos que pontificam entre as principais atrações em Belém do Pará sejam relegados a uma administração desastrosa, que lança literalmente ao lixo o patrimônio estadual. Está passando da hora de colocar para dirigir a Organização Social Pará 2000 uma equipe profissional, que entenda de fato da gestão desses três espaços – diferentes entre si -, e que requerem profissionalismo. Nada de amigocracia e muito menos QI político. Chega de aparelhamento! É por isso que as coisas desandam. O que deveria ser autosustentável e dar lucro vira deficitário e decadente nas mãos de amadores e afilhados político-partidários. 

A Estação das Docas tem um teatro/cinema, o Maria Sylvia Nunes, que precisa funcionar o tempo todo. Quando não estiver exibindo filmes, peças, shows ou concertos, deve ser ocupado por convenções, cursos, palestras, seminários e workshops, cujos participantes terão os restaurantes e lanchonetes, as lojas e a cervejaria para o almoço/jantar/lanche e happy hour. Para conseguir essa ocupação, deve ser gerida por executivos da área, antenados com eventos regionais, nacionais e internacionais, que sejam muito bem relacionados e saibam fechar pacotes para o ano inteiro em parceria com hotéis, operadoras turísticas, companhias aéreas e empresas especializadas em eventos. Não podem ser o João, a Maria ou o José que são gente amiga, simpática mas ficam só esperando sentados que vão bater à porta do escritório da OS Pará 2000 para alugar os espaços. Há que ter foco empresarial, dinamismo, competência. Não é lugar para amador. Nem para “agitador cultural”. 

O Hangar, com sua multiplicidade de uso de ambientes, idem. O Mangal, ibidem.  Poderia atrair eventos da área científica do mundo inteiro, em parceria com o Museu Emílio Goeldi e o Jardim Botânico/Bosque Rodrigues Alves, por exemplo.  Seu borboletário, o ambiente de mangue no entorno, a marca Amazônia e toda a imensa riqueza que ela envolve, são chamarizes que têm que ser utilizados.

As dívidas da OS Pará 2000 superam R$8 milhões. A Estação das Docas está se degradando, os negócios perdem clientes, empreendimentos estão fechando. No Mangal é visível o abandono e a manutenção do Hangar pede socorro. A OS não tem recursos, a receita não fecha e o buraco se amplia a cada mês.  A desmontagem da equipe de marketing e comunicação já se efetivou com a demissão de Isa Arnour e Nélio Palheta e seus auxiliares. Anotem: o próximo demitido será o diretor administrativo financeiro, Franklin Vasconcelos. A empresa prestadora de serviços contábeis administrativos também já foi defenestrada.

Foi publicado edital na semana passada. A questão é: estará a Pará 2000 legalmente habilitada? E não passando na classificação, a futura OS assumirá as dívidas, os empregados, os processos? Quem pagará o passivo? São questões que se impõem e precisam ser respondidas ao distinto contribuinte.
Franssinete Florenzano
Jornalista e advogada, membro da Academia Paraense de Jornalismo, da Academia Paraense de Letras, do Instituto Histórico e Geográfico do Pará, da Associação Brasileira de Jornalistas de Turismo e do Instituto Histórico e Geográfico do Tapajós, editora geral do portal Uruá-Tapera e consultora da Alepa. Filiada ao Sinjor Pará, à Fenaj e à Fij.

A roubalheira generalizada que infecta o Brasil

Anterior

O lago Maicá em Santarém do Pará

Próximo

Você pode gostar

Comentários