Publicado em: 22 de maio de 2025
O programa Solve for Tomorrow Brasil está com inscrições abertas até 30 de junho para sua 12ª edição. Voltado a estudantes e professores de escolas públicas de ensino médio, o programa estimula a criação de soluções baseadas na abordagem STEM (sigla em inglês para Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemática) para responder a desafios reais da vida. Ao longo das últimas 11 edições, a Região Norte do Brasil teve participação de destaque, com projetos premiados que dialogam diretamente com a realidade amazônica.
Desde 2014, o Solve for Tomorrow tem premiado ideias que unem ciência e engajamento social. A edição brasileira é coordenada pelo Cenpec e já envolveu mais de 179 mil alunos e 39 mil professores de escolas públicas. Na Região Norte, estados como Acre, Amazonas, Pará, Roraima e Rondônia protagonizaram inovações voltadas à saúde, ao meio ambiente e à valorização do conhecimento tradicional. O programa é uma iniciativa da Samsung com foco em cidadania corporativa, valorizando projetos que integrem ciência, tecnologia e impacto social, especialmente no contexto das escolas públicas.
Um exemplo é o projeto NanoFotoCream, criado por estudantes do Instituto Federal de Rondônia (IFRO), em Porto Velho, foi premiado em 2023. O produto multifuncional atua como fotoprotetor, antioxidante e repelente, com foco na prevenção de doenças tropicais. Um ano antes, a mesma instituição foi reconhecida com a Biopomada para leishmaniose cutânea, outra solução para a saúde pública regional.
O Amazonas também se destacou com o projeto da micro estação portátil de tratamento de água, criado por alunos da Escola Estadual CETI Prof. Manuel Vicente Ferreira Lima, em Coari. A inovação, premiada com menção honrosa em 2022, buscava levar água potável a populações ribeirinhas sem acesso a saneamento básico — uma realidade ainda comum em muitas áreas da Amazônia Legal.
Na 6ª edição, três estados nortistas se destacaram simultaneamente. O Instituto Federal do Pará (IFPA), campus Belém, desenvolveu um banco de filtração de água de rio, enquanto alunos da Escola Estadual Nossa Senhora de Nazaré, em Manacapuru (AM), criaram um protótipo para transformar escamas de peixe em fibras aplicáveis nas áreas industrial e de saúde. Em Roraima, a Escola Estadual Profª Maria das Dores Brasil desenvolveu um biolarvicida natural para o combate ao mosquito Aedes aegypti.
Outros projetos memoráveis incluem o sistema de alfabetização em braille por impressão 3D, premiado em 2018 por alunos do IFPA, e a proposta de revitalização de igarapés em Paragominas (PA), em 2017, com abordagem interdisciplinar sobre meio ambiente e urbanismo.
Também em 2017, alunos de Cacoal (RO) foram reconhecidos por resgatar saberes tradicionais com o projeto Plantas medicinais do povo Paiter, valorizando o conhecimento indígena na medicina alternativa. No mesmo ano, um projeto acreano levou o nome do estado ao prêmio nacional com a iniciativa Água e vida: por um planeta melhor.
Ainda em 2016, o projeto Manejo e conservação participativa de quelônios na Terra Indígena Andirá-Marau, elaborado por estudantes do Instituto Federal do Amazonas, ganhou destaque ao propor práticas sustentáveis e comunitárias para a conservação de espécies ameaçadas.
A trajetória da Região Norte no Solve for Tomorrow mostra que a juventude amazônida tem papel fundamental na criação de soluções que nascem do território e dialogam com seus desafios. Com criatividade, os estudantes nortistas têm transformado saber local em ciência aplicada, do combate à escassez de água potável ao uso de resíduos naturais como insumo industrial.
O crescimento do número de inscritos em 2024 foi de 10% entre os alunos e 42% entre os professores. A participação feminina também aumentou significativamente, com 37,9% a mais em relação ao ano anterior. Na América Latina, o Solve for Tomorrow já envolveu mais de 400 mil participantes em 21 países.
A edição de 2025 continua aberta para equipes compostas por 3 a 5 estudantes do ensino médio público, com a orientação de um professor (de qualquer área) e um professor parceiro da área de Ciências da Natureza ou Matemática.
As inscrições podem ser feitas gratuitamente no site oficial do programa. Nesta plataforma é possível ver conteúdos, projetos premiados e experiências pedagógicas de destaque.
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