Publicado em: 28 de abril de 2025
O secretário adjunto de Gestão de Políticas Sociais de Saúde do Pará, Sipriano Ferraz, e o secretário de Saúde de Belém, Rômulo Nina, em entrevista coletiva hoje (28) ao final da tarde, afirmaram que o estado não está vivenciando surto de Mpox e que o Governo do Pará e a Prefeitura de Belém estão alinhados e compromissados em fortalecer medidas de prevenção, diagnóstico e tratamento da doença. A declaração conjunta objetivou tranquilizar a população, que está apavorada desde a constatação de que, até a quarta-feira da semana passada, dia 23, foram registrados 19 casos, com duas mortes após complicações da doença: 14 casos em Belém, 3 em Ananindeua, 1 em Marituba e um caso importado de outro estado. Em 2023, o Pará registrou 27 casos, com um óbito em Belém. No ano passado, foram 64 casos, sem mortes. Em especial, a morte do cantor Gutto Xibatada no corredor do Pronto Socorro Municipal de Belém, tendo sido expostos todos os profisisonais de saúde quanto pacientes, causou pânico.
“É oportuno tranquilizar a população de que não há surto de Mpox tanto em Belém e em todo o Pará. O mesmo eu digo que não há epidemia ou pandemia a respeito. Afirmo também que os serviços de saúde já têm recomendações da Sespa para o monitoramento e acompanhamento da doença, para ajudar a população preventivamente”, disse o médico Sipriano Ferraz, chamando a atenção dos municípios para os fluxos de notificação e diagnóstico, conforme as diretrizes do Ministério da Saúde, a fim de evitar a propagação da doença. O secretário aconselhou que as pessoas procurem informações em fontes confiáveis.
O vírus Mpox é transmitido por meio de pessoas, animais ou objetos contaminados, e tem como principais sintomas erupções cutâneas e lesões na pele, que podem surgir em qualquer parte do corpo, inclusive nos órgãos genitais. O secretário Rômulo Nina explicou que a doença pode se espalhar entre pessoas e, ocasionalmente, do ambiente para pessoas, por meio de objetos e superfícies tocadas por pacientes infectados. Os sinais e sintomas incluem febre, dor de cabeça, dores no corpo, calafrios, exaustão e inchaço nos gânglios (ínguas).
Qualquer pessoa pode ser infectada pelo vírus, contudo, pessoas com o sistema imunológico comprometido, gestantes e crianças são mais propensos a formas graves da doença. A recomendação é que, em caso de sintomas, especialmente lesões nos órgãos genitais ou outras áreas da pele, a população procure imediatamente as unidades básicas de saúde ou as UPAs.
Para prevenção, é fundamental evitar o contato com pessoas infectadas ou suspeitas de infecção, evitar o compartilhamento de objetos pessoais, como toalhas e escovas de dentes, lavar as mãos regularmente, higienizar itens de uso diário e adotar o uso de preservativos e máscaras, além do isolamento social em casos suspeitos.
A transmissão cessa quando as erupções desaparecem. No Pará, o diagnóstico é confirmado pelo Laboratório Central da Secretaria de Estado de Saúde Pública (Lacen). O tratamento consiste principalmente em medidas de suporte clínico, para alívio dos sintomas e prevenção de complicações.
É considerada uma zoonose viral (o vírus é transmitido aos seres humanos a partir de animais) com sintomas muito semelhantes aos observados em pacientes com varíola. O período de incubação é geralmente de seis a 13 dias, mas pode variar de cinco a 21 dias, segundo a OMS.
O nome monkeypox se origina da descoberta inicial do vírus em macacos em um laboratório dinamarquês em 1958. O primeiro caso humano foi identificado em uma criança na República Democrática do Congo em 1970. A maioria dos animais suscetíveis à doença são roedores, como ratos e cão-da-pradaria.
A transmissão de humano para humano ocorre entre pessoas com contato físico próximo com casos sintomáticos. Luvas e outras roupas e equipamentos de proteção individual devem ser usados ao cuidar dos doentes, seja em uma unidade de saúde ou em casa.
A OMS descreve quadros diferentes de sintomas para casos suspeitos, prováveis e confirmados. Passa a ser considerado um caso suspeito qualquer pessoa, de qualquer idade, que apresente pústulas (bolhas) na pele de forma aguda e inexplicável. Se este quadro for acompanhado por dor de cabeça, início de febre acima de 38,5°C, linfonodos inchados, dores musculares e no corpo, dor nas costas e fraqueza profunda, é necessário fazer exame para confirmar ou descartar a doença. Casos considerados “prováveis” incluem sintomas semelhantes aos dos casos suspeitos, como contato físico pele a pele ou com lesões na pele, contato sexual ou com materiais contaminados 21 dias antes do início dos sintomas. Soma-se a isso histórico de viagens para um país endêmico ou ter tido contato próximo com possíveis infectados no mesmo período ou ter resultado positivo para um teste sorológico de orthopoxvirus na ausência de vacinação ou outra exposição conhecida ao vírus. Casos confirmados ocorrem quando há confirmação laboratorial para o vírus por meio do exame PCR (Reação em Cadeia da Polimerase) em tempo real ou sequenciamento.
Em maio de 2022 houve surto de Mpox confirmado em 16 países e várias regiões do mundo.
A vacinação contra a varíola tradicional é eficaz também para o Mpox, mas pessoas com 50 anos ou menos podem estar mais suscetíveis, já que as campanhas de vacinação contra a varíola foram interrompidas pelo mundo quando a doença foi erradicada em 1980.

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