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O potencial turístico das Unidades de Conservação Parque Estadual Serra dos Martírios-Andorinhas (Pesam) e Área de Proteção Ambiental (APA) Araguaia, no sudeste do Pará, foi discutido nesta segunda-feira (24) durante o Workshop NVX Destinos Turísticos Inteligentes, parceria da Secretaria de Estado de Turismo (Setur), Prefeitura de São Geraldo do Araguaia e Sebrae-PA. Esse ecossistema tem enorme relevância biológica e valor arqueológico, além de beleza cênica ímpar.

No evento foram abordadas formas de atrair e reter turistas, gerando renda nas comunidades locais. Também foram compartilhadas estratégias que permitirão o fortalecimento da governança, do desenvolvimento e da melhoria de produtos e roteiros turísticos inovadores.

Dentro do Pesam e da APA Araguaia há diversos atrativos turísticos, incluindo cachoeiras, mirantes, praias, lagos, encontro dos biomas Cerrado e Amazônia, cavernas, grutas, trilhas, pinturas e inscrições rupestres. Dos sítios arqueológicos/espeleológicos do setor, destacam-se a caverna Remanso dos Botos e o sítio arqueológico Pedra Escrita/ Caverna do Morcego, localizado na junto à margem do rio Araguaia, que reúne mais de 500 gravuras, entre antropomorfas (figuras humanas), zoomorfas (figuras de animais) e grafismo puro.

O movimento para a proteção da Serra dos Martírios / Andorinhas surgiu em 1986, quando o Museu Paraense Emílio Goeldi convidou o setor de arqueologia da Casa da Cultura de Marabá para um projeto de salvamento arqueológico na região, que seria inundada com a possível implantação da Hidrelétrica de Santa Isabel, até hoje felizmente não implantada.

A Serra dos Martírios foi assim chamada devido às inscrições rupestres existentes nos lajedos da Ilha de Santa Cruz, banhada pelo Araguaia, na divisa entre Pará e Tocantins. Os primeiros exploradores, em 1594, acreditavam representar a paixão de Cristo: o desenho do sol era entendido como a coroa de espinhos e o machado estaria ligado aos pregos que perfuraram suas mãos. Além disso, confundiram a mica com o ouro, daí surgindo a lenda da existência de uma rica mina no local. Nos séculos seguintes, muitos a buscaram, em vão. Só em meados do século XX houve consenso no sentido de que as gravuras da ilha eram os antigos e misteriosos martírios coloniais.

Ali eclodiu a Guerrilha do Araguaia, durante o governo militar. Os militantes infiltraram-se junto à população local, mas acabaram detectados e exterminados. Até hoje os locais de deposição de seus corpos permanecem desconhecidos. A denominação Serra das Andorinhas tenta desvincular o local de tão terríveis lembranças.

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