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Um estudo recente divulgado pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) mostrou que o Pará terá a necessidade de qualificar 286 mil trabalhadores até 2027 para conseguir atender às demandas do mercado industrial em rápido crescimento. O levantamento faz parte do Mapa do Trabalho Industrial 2025-2027, elaborado pelo Observatório Nacional da Indústria (ONI), órgão vinculado à Confederação Nacional da Indústria (CNI). O estudo serve como uma ferramenta estratégica para guiar o planejamento e as ações de capacitação oferecidas pelo SENAI, com o objetivo de impulsionar o desenvolvimento econômico regional e garantir a competitividade da indústria local.

Dos 286 mil profissionais que precisarão ser qualificados no Pará, 47 mil serão pessoas que irão ingressar no mercado para atender ao ritmo de criação de vagas e à necessidade de reposição de profissionais que deixarão o mercado formal. Além disso, 239 mil trabalhadores já inseridos no setor precisarão de requalificação para atualizar suas competências e acompanhar as inovações tecnológicas e demandas do mercado.

Foto: Arthur Corrêa / FIEPA

Segundo Dário Lemos, diretor regional do SENAI Pará, “a demanda por qualificação no estado, identificada pelo Mapa do Trabalho Industrial, reflete o crescimento acelerado de setores estratégicos da economia. Estamos empenhados em preparar profissionais capacitados para atender essas necessidades e garantir que a indústria local continue a se expandir de forma competitiva e sustentável.” Essa requalificação será essencial para garantir que os trabalhadores mantenham suas posições e acompanhem as rápidas mudanças que estão ocorrendo no cenário industrial, impulsionadas por novas tecnologias e padrões globais de eficiência.

O estudo aponta que as áreas com maior demanda por novos profissionais e requalificação no Pará serão Logística e Transporte, Construção, Manutenção e Reparação, Operação Industrial e Metalmecânica. Só a área de Logística e Transporte demandará, sozinha, 65 mil novos profissionais até 2027. As oportunidades serão voltadas para técnicos de controle de produção, motoristas de veículos de carga, almoxarifes e armazenistas, entre outras funções ligadas à cadeia logística.

Com a necessidade de 48 mil trabalhadores, o setor da construção precisará de profissionais para operar máquinas de terraplanagem, trabalhadores de alvenaria, ajudantes de obras civis e outros especialistas em infraestrutura. O setor de Manutenção e Reparação necessitará de 28 mil novos trabalhadores, principalmente para a manutenção de veículos automotores, eletricistas de manutenção eletroeletrônica e outros técnicos em reparação e conservação de vias e equipamentos industriais.

Operação Industrial tem uma demanda projetada de 23 mil profissionais, incluindo oportunidades para alimentadores de linhas de produção, trabalhadores de embalagens e gerentes de produção nas indústrias extrativa e de transformação. Já área Metalmecânica precisará de 20 mil trabalhadores especializados em soldagem, corte de ligas metálicas e operação de máquinas-ferramenta convencionais, além de serralheiros e caldeireiros.

Foto: Arthur Corrêa / FIEPA

A necessidade de qualificação e requalificação identificada pelo estudo reflete tanto o crescimento econômico do Pará quanto as transformações estruturais que vêm impactando o setor industrial em nível global. Entre essas mudanças, estão a automação e a digitalização dos processos produtivos, que exigem dos profissionais uma combinação de habilidades técnicas (hard skills) e comportamentais (soft skills). As hard skills incluem o domínio de novas tecnologias, equipamentos e softwares utilizados na indústria moderna. Já as soft skills, como pensamento crítico, criatividade e inteligência emocional, tornam-se cada vez mais valorizadas para que os trabalhadores possam adaptar-se a ambientes de trabalho em rápida mudança.

Além disso, a formação também incluirá aspectos ligados à saúde e segurança do trabalho, com foco na inspeção de instalações, cumprimento de normas e regulamentos, e no manuseio seguro de equipamentos. Felipe Freitas, gerente do Observatório da Indústria do Pará, reforça a importância dessas competências para garantir a segurança e a eficiência no ambiente de trabalho. “O mercado busca profissionais que não apenas dominem a técnica, mas que também saibam lidar com as dinâmicas humanas e organizacionais dentro das empresas”, destacou.

O Mapa do Trabalho Industrial 2025-2027 é resultado de uma extensa análise baseada em projeções de emprego formal até 2027. O levantamento utiliza modelos de séries temporais para prever o comportamento do emprego e definir as áreas e setores que mais demandarão profissionais. Os dados são provenientes de fontes primárias, como a RAIS (Relação Anual de Informações Sociais), além de entrevistas com empresários da indústria que forneceram informações sobre a necessidade de treinamento anual de seus trabalhadores. A análise leva em consideração não apenas o setor industrial, mas também ocupações correlatas em outras áreas, como serviços, agropecuária e administração pública.

Foto: Arthur Corrêa / FIEPA
Gabriella Florenzano
Cantora, cineasta, comunicóloga, doutoranda em ciência e tecnologia das artes, professora, atleta amadora – não necessariamente nesta mesma ordem. Viaja pelo mundo e na maionese.

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