Publicado em: 25 de agosto de 2011
A médica Maria do Carmo Lobato, exonerada da presidência da Santa Casa de Miséricórdia do Pará depois da morte de dois bebês por falta de atendimento, disse que desde o início do mês enviou ao secretário de Saúde, Hélio Franco, documento apontando a superlotação da UTI neonatal, mas ainda assim não orientou as equipes a deixar de atender pacientes. Ofendida com o tratamento recebido, denunciou o titular da Sespa ao Conselho Regional de Medicina.
O caso ainda vai render muito pano para mangas. O secretário Hélio Franco admite a superlotação, mas acusa a direção da Santa Casa de fechar as portas para emergências.
Detalhe: outro hospital público estadual, o Gaspar Viana, também havia recusado a parturiente, mãe das vítimas. E, com a repercussão que o caso teve na mídia nacional, a delegada Perpétua, que presidia o inquérito, foi substituída, o que ampliou o clima de conflito entre os delegados de polícia e a Secretaria de Segurança Pública.
Para completar, o deputado Edmilson Rodrigues (PSOL) quer averiguar irregularidades, apontadas pelo MPE, na aplicação de quase R$ 1 bilhão repassados às organizações sociais que administram os cinco hospitais regionais do Estado, e requereu na Alepa que o governo apresente a lista das OS que receberam recursos estaduais entre 2005 até este mês.
Edmilson disse que a Associação Beneficente de Assistência Social e Hospitalar Pró-Saúde, que administra os hospitais de Santarém, Marabá e Altamira, recebeu mais de R$230 milhões, sem apresentar projeto em prol da sociedade, conforme determina seu estatuto. E que as OS se apropriam dos investimentos públicos como se a saúde tivesse “virado mercadoria”.
Enquanto se apura responsabilidades, as crianças vão continuar morrendo ou não? O que será feito para evitar tragédias assim?
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