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O Relógio do Juízo Final, um símbolo criado em 1947 pelo Boletim dos Cientistas Atômicos, alcançou sua posição mais crítica na história: 89 segundos antes da meia-noite. Este ajuste, anunciado nesta terça-feira, 28 de janeiro de 2025, mostra o momento de maior perigo enfrentado pela humanidade em 78 anos. A decisão, tomada pelos principais cientistas do mundo, é um alerta urgente sobre os riscos existenciais representados por armas nucleares, mudanças climáticas, pandemias emergentes e tecnologias disruptivas, como a inteligência artificial. Nunca estivemos tão perto da meia-noite.

Criado por cientistas que incluem Albert Einstein e J. Robert Oppenheimer, o Relógio do Juízo Final serve como metáfora para a proximidade da humanidade de uma catástrofe global. Desde 1947, seu ponteiro foi ajustado 25 vezes, de acordo com o estado das ameaças globais. Em 2025, o movimento para 89 segundos antes da meia-noite representa a combinação de riscos nunca antes enfrentados de forma tão aguda.

“Estamos mais próximos do que nunca da destruição de nossa civilização. É um alerta que não pode ser ignorado”, afirmou Rachel Bronson, presidente do Boletim dos Cientistas Atômicos. A configuração do relógio reflete fatores como o risco de guerra nuclear, a intensificação das mudanças climáticas, a ameaça de pandemias e a disseminação de desinformação global.

Entre os principais elementos que levaram ao ajuste do relógio estão a ameaça de uso de armas nucleares e conflitos globais. A guerra na Ucrânia permanece uma ameaça central, com o risco crescente de uso de armas nucleares. Além disso, aproximadamente 30 países sem arsenais nucleares estão considerando desenvolvê-los, desestabilizando esforços de não proliferação.

O colapso de acordos de controle de armas nucleares, a ausência de diálogo significativo entre potências e a retirada dos EUA de pactos globais, como o Acordo de Paris e a Organização Mundial da Saúde, são sinais preocupantes de um mundo fragmentado. As ações de Donald Trump em seus primeiros dias de mandato como presidente dos EUA são um tema central em todos os discursos do anúncio, que ainda está acontecendo enquanto esta matéria é publicada. Além das ameaças contra a humanidade, há um temor geral que outros países sigam o mau exemplo.

O ano de 2024 foi o mais quente já registrado, de acordo com a Organização Meteorológica Mundial. O aumento das emissões de gases do efeito estufa, a elevação do nível do mar e eventos climáticos extremos, como enchentes e incêndios, continuam a intensificar a crise climática global.

A ameaça de novos patógenos, como a gripe aviária altamente patogênica (HPAI), e a falta de preparação global para futuras pandemias também representam riscos significativos. Especialistas alertam que um novo evento pandêmico poderia ser devastador.

O avanço descontrolado da inteligência artificial é um outro fator, já que facilita a propagação de desinformação, minando a confiança pública na ciência e na democracia. Além disso, a manipulação de informações tem sido usada como arma em disputas políticas e sociais.

Os cientistas destacam que os Estados Unidos, a China e a Rússia têm uma responsabilidade única de liderar esforços para reverter esses riscos. “O avanço em direção a um apocalipse feito pelo homem não beneficia nenhum interesse nacional. É hora de cooperação, não de competição”, afirmou Bronson.

Juan Manuel Santos, Presidente do Conselho de Anciãos do Relógio do Juízo Final, salientou que este avanço preocupante ainda é reversível, porém é preciso que o mundo trate as mudanças climáticas como assunto de total prioridade. Também fez questão de ressaltar que o diálogo é um elemento fundamental para a sobrevivência da humanidade. Citando Nelson Mandela, ele afirmou que “a arma mais poderosa do mundo é sentar e conversar”.

Assista ao ajuste de 2025 do Relógio do Juízo Final:

Gabriella Florenzano
Cantora, cineasta, comunicóloga, doutoranda em ciência e tecnologia das artes, professora, atleta amadora – não necessariamente nesta mesma ordem. Viaja pelo mundo e na maionese.

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