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O neurocirurgião santareno de renome internacional Erik Jennings traduziu em post no Facebook toda a indignação geral face à prisão do médico Álvaro Magalhães Cardoso, 36 anos, envolvido junto com mais três pessoas em prática de abuso contra criancinhas. “A combinação de pedofilia e medicina é uma das piores aberrações da humanidade. Como pai e médico sinto-me duplamente apunhalado. Lesado naquilo que mais amo: crianças e a medicina. O CRM, o Hospital Regional e Hospital Municipal de Santarém precisam urgentemente se manifestar sobre o caso. Auditorias internas nos locais em que Álvaro Cardoso trabalhou devem uma resposta à sociedade. Alguém mais foi lesado? Como os locais de trabalho eram usados para sedução das vítimas? Isso não é responsabilidade só da polícia. Todos somos responsáveis em cuidar e proteger nossas crianças.” 


Ontem, durante a operação “Anjos da Guarda”, coordenada pela delegada Adriene Pessoa e pelo delegado José Castro, policiais civis da Delegacia Especializada no Atendimento à Criança e Adolescente, unidade vinculada ao ProPaz de Santarém, prenderam o médico Alvaro Magalhães Cardoso, 36 anos, Odete Friss Ebertz, 33 (que abusava da própria filha,um bebê de três meses), o músico Sandro Moreth Silva, conhecido por Sandro Tambaqui – já condenado por estupro de vulnerável em processo de 2011 -, e a babá Darliane Silva dos Santos, 26. São acusados de estupro de vulnerável e de produzir, registrar e enviar fotos pornográficas de crianças.

O HRBA enviou ao blog nota sobre o medonho caso:
“Em relação ao episódio envolvendo o médico Álvaro Cardoso Magalhães, a direção do Hospital Regional do Baixo Amazonas (HRBA) informa que está à disposição da Justiça para contribuir com a investigação. O hospital já instaurou um processo administrativo para apurar se houve desvio de conduta durante o seu período de atuação na unidade. A direção ressalta ainda que nunca recebeu denúncia, de qualquer tipo, contra o profissional, e aguarda o andamento das investigações para tomar as medidas cabíveis.” 

O Brasil registra quatro casos de exploração sexual de crianças por hora. Mais de 175 mil casos de exploração sexual de crianças e adolescentes constam só no balanço de denúncias recebidas pelo Disque 100, entre 2012 e 2016. Considerando que a maioria dos crimes não vai para a estatística oficial, porque as pessoas não denunciam, a situação é horripilante. Um flagelo que não se pode admitir e todos precisamos agir. Quem se omite também é culpado.
Franssinete Florenzano
Jornalista e advogada, presidente da Academia Paraense de Jornalismo, membro da Academia Paraense de Letras, do Instituto Histórico e Geográfico do Pará, da Associação Brasileira de Jornalistas de Turismo e do Instituto Histórico e Geográfico do Tapajós, editora geral do portal Uruá-Tapera e consultora da Alepa. Filiada ao Sinjor Pará, à Fenaj e à Fij.

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