As redes sociais estão fervendo neste domingo com a denúncia da professora doutora Sílvia Letícia Luz, fundadora do PSOL Belém, sua primeira presidente e atual diretora estadual da sigla. Vítima de desinformação e ofensas disseminadas através das redes sociais, ela propôs ao diretório do partido que exigisse das autoridades a investigação e punição aos responsáveis pelos ataques, mas a iniciativa foi vetada pela maioria de seus próprios companheiros e companheiras.
Indignada, Sílvia Letícia publicou em suas redes sociais um manifesto e a íntegra do Boletim de Ocorrência Policial que registrou por fake news. Ela atribui as calúnias a tentativa de intimidação por sua luta à frente do Sintepp em defesa do cumprimento da Lei do Piso Salarial do Magistério e do realinhamento dos salários dos servidores municipais (R$ 869,26) ao salário mínimo nacional.
Ela também desconfia de “fogo amigo” por ter se lançado pré-candidata ao Governo do Pará. Nesse movimento ela não está sozinha: o vereador Fernando Carneiro, líder do PSOL na Câmara Municipal de Belém e membro da ala “Ação Popular Socialista, já lançou seu nome à mesma disputa, com apoio do Movimento Esquerda Socialista (MES), corrente da deputada federal Vivi Reis; da Resistência, corrente da Bancada Mulheres Amazônidas, chapa coletiva que recentemente assumiu mandato do PSOL na Câmara de Belém e da Corrente Socialista dos Trabalhadores (CST). A ex-deputada Araceli Lemos, professora e historiadora, militante dos direitos humanos e do movimento de mulheres, ex-presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Pará (Sintepp) e representante das Mulheres Parlamentares da União Nacional dos Legisladores e Legislativos Estaduais (Unale) por dois mandatos, também tem sido incentivada por muita gente de dentro e de fora do PSOL a por o seu nome à disposição do partido na disputa pelo governo do Estado.
O fato da recusa de sequer investigar a origem das fake news aconteceu três dias depois de o presidente nacional do PSOL, Juliano Medeiros, ter assinado compromisso no Tribunal Superior Eleitoral no sentido de combater essa prática odiosa nas eleições, e chocou a militância psolista. Afinal, o PSOL ganhou notoriedade em nível nacional por sua coerência, em especial de seus parlamentares, na denúncia e no combate a todo tipo de crime. O prefeito Edmilson Rodrigues sempre mereceu o respeito e a admiração geral por, em toda a sua trajetória política que já dura quase quatro décadas, sempre ter se posicionado com firmeza ante injustiças e perseguições. Sílvia Letícia disse que ainda está tentando entender quais os motivos que levaram os membros da vertente “Primavera Socialista” a tamanha contradição.
Ela foi contundente em seu manifesto: “ajudei na elaboração de nosso programa e estatuto, participo diariamente da construção e fortalecimento de nosso partido. Por isso, para manter minha coerência e honestidade, seguirei, como uma mulher do povo, filha de lavadeira de roupas e de vigilante, lutando contra qualquer forma de crime e exigindo punição àqueles que de forma covarde e criminosa tentam calar minha voz e minha legítima representação à frente do Sintepp Belém. Não serei interrompida, não serei silenciada e jamais conseguirão dobrar minha espinha e me fazer ajoelhar. Sou professora e doutora em educação pela UFPA, estudei minha vida inteira na escola pública, sei o quanto é difícil chegar onde cheguei e estar ocupando a liderança que hoje tenho a responsabilidade de exercer. Como mulher trabalhadora, que nasceu e se educou na periferia de Belém, lugar onde vivem mulheres humildes, muitas mães que criam seus filhos e suas filhas sozinhas em meio a tremendas adversidades e vulnerabilidade social, minha decisão é seguir em frente. Nenhum passo atrás! Exijo das autoridades investigação e punição exemplar aos crimes de calúnia as quais estou sendo mais uma vítima”.



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