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A Promotora de Justiça de Barcarena, Ana Maria Magalhães, deu uma incerta em escolas municipais e  ficou indignada com o que viu: chove dentro das salas de aula, onde o calor é insuportável e os ventiladores não funcionam, a merenda é sempre a mesma (charque), as carteiras são velhas e desconfortáveis e a claridade é insuficiente. Alunos estudam no horário intermediário, totalmente inadequado uma vez que é a hora do almoço.
Em uma das escolas nem há professor de Educação Física, porque a titular está de licença maternidade e não contrataram substituta. Em outra, alunos tomam água em um só copo. Em uma terceira, computadores destinados a crianças especiais estão nas caixas porque não há sala de informática.
A promotora vai continuar as vistorias, fará um relatório e mandar para a Câmara Municipal, com a filmagem do que viu, a fim de que os vereadores tenham consciência de que devem lutar por recursos para a construção de escolas e reformas profundas, e não só uma pintura ou arrumar um cantinho. Eles também serão convidados por ela a visitar as escolas de Barcarena e questionados se colocariam os filhos deles para estudar nelas.
Também informará a situação ao MEC. E se debruçará sobre os recursos que vêm para a Educação municipal.
Fala a promotora Ana Maria Magalhães:
O município de Barcarena nunca vai crescer enquanto a educação das crianças for tratada da forma como a que eu vi nas escolas. Os professores são verdadeiros heróis de conseguirem trabalhar com a terrível falta de estrutura. Há momentos em que estar nessas escolas é uma desumanidade, por conta do calor insuportável.
Compreendo, agora, o porquê do alto índice de evasão escolar em Barcarena e de tantos  adolescentes assaltantes. A escola não dá condições para um futuro melhor.
Quem disse que aqueles espaços podem ser chamados de quadras de esporte?
E por que aulas no intermediário? Claro que é porque faltam escolas, pois caso contrário não precisaria ocorrer essa desumanidade de colocar esses pequeninos para estudar em horário desses. As escolas em que eu fui são terríveis e me disseram que as da zona rural são ainda pior”.
Sugestão do blog: como há recursos federais para a Educação, é oportuno que o MPF participe desse trabalho e acione a Justiça Federal para enquadrar os péssimos gestores.
Franssinete Florenzano
Jornalista e advogada, membro da Academia Paraense de Jornalismo, da Academia Paraense de Letras, do Instituto Histórico e Geográfico do Pará, da Associação Brasileira de Jornalistas de Turismo e do Instituto Histórico e Geográfico do Tapajós, editora geral do portal Uruá-Tapera e consultora da Alepa. Filiada ao Sinjor Pará, à Fenaj e à Fij.

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