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Amanhã, às 18h, na Associação Comercial do Pará, a Secretaria de Portos apresenta o Projeto Belém Porto Futuro, do governo federal, que vai impactar a região portuária de Belém do Pará.
Conforme a SEP, a intenção é promover a integração do porto com a cidade a partir da criação de um novo pátio de contêineres e píeres para recepcionar moradores e visitantes. A antiga residência de Miramar, da Cia. Docas do Pará, localizada à beira rio, com acesso também pela rodovia Arthur Bernardes, seria transformada em Museu de Gastronomia Paraense, além de mirante contemplativo. Por sua vez, a orla portuária, ao longo de dois quilômetros, ganharia um parque urbano banhado por lago contemplativo, com praça infantil, área de convivência, espaço para animais de estimação, central de apoio, espaço saúde e praça de alimentação. Teria, ainda, uma feira livre, mercado municipal, centro cultural, Museu de Arte Moderna, Museu do Círio, escritórios e um amplo estacionamento. 

O projeto consistiria, pois, em recuperação da infraestrutura, atração de investimentos, oferta de serviços e geração de emprego e renda. 

Acontece que há anos a CDP tentou ampliar seu pátio de contêineres fechando a Av. Marechal Hermes. A ideia foi repudiada pela população, que se mobilizou e não permitiu que a orla de Belém fosse comprometida. Por outro lado, já existe um mercado municipal e um museu do Círio, o que gera desconfiança, vez que poderiam ser fortalecidos ao invés de duplicados. 

A Associação dos Amigos do Patrimônio de Belém – AAPBel, presidida por Nádia Cortez Brasil, reclama que esta será a terceira audiência para apresentar o projeto, as duas anteriores foram nos meses de junho e agosto de 2016, na sede da Faepa, quase sem divulgação.  A preocupação da entidade é que seja um projeto apenas para criar espaços a serem alugados para o setor privado fazer exploração econômica. Para a AAPBel, o público alvo dessas audiências parece ser integrado por investidores, enquanto a população e entidades da sociedade civil não têm tido conhecimento dessas audiências e permanecem alheias ao debate. 

“Enquanto se pretende fazer mais um trecho de orla para um público privilegiado, não se deu continuidade à obra do Portal da Amazônia e a população sofre com as obras inacabadas do Promaben na Estrada Nova, vivendo sem saneamento básico e com alagamentos”, pontua Nádia Brasil. 

Participam da audiência amanhã o ministro Helder Barbalho, da Integração Nacional; o presidente da CDP, Parsifal Pontes; representante da empresa Geológica Consultoria Ambiental; representante da Secretaria de Portos; representante da ACP e empresários. 
Franssinete Florenzano
Jornalista e advogada, membro da Academia Paraense de Jornalismo, da Academia Paraense de Letras, do Instituto Histórico e Geográfico do Pará, da Associação Brasileira de Jornalistas de Turismo e do Instituto Histórico e Geográfico do Tapajós, editora geral do portal Uruá-Tapera e consultora da Alepa. Filiada ao Sinjor Pará, à Fenaj e à Fij.

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