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Os governos do Pará, Pernambuco e Sergipe aderiram ao movimento global do “Mangrove Breakthrough” e assumiram o compromisso de priorizar um dos ecossistemas mais importantes para o combate às mudanças climáticas no centro da construção da resiliência das comunidades. Além deles, o município de Aracajú também aderiu ao movimento.

O Mangrove Breakthrough foi criado na COP27, em 2022, como parte da parte da Agenda de Adaptação de Sharm El-Sheikh. O movimento tem como meta mobilizar US$ 4 bilhões (R$ 21 bilhões) para conservar e restaurar 15 milhões de hectares de manguezais até 2030, estimulando a colaboração entre governos locais, comunidades, organizações e empresas privadas. Em junho deste ano, o governo brasileiro já havia endossado o movimento durante a Conferência das Nações Unidas sobre os Oceanos (UNOC).

A inserção ao Mangrove Breakthrough possibilita a conexão de estados e municípios a uma rede global de atores compromissados com a conservação dos manguezais, catalisando novas oportunidades, desde a troca de experiências e o fortalecimento de capacidades locais até a criação de caminhos concretos para acessar financiamento climático.

O Brasil tem a maior faixa contínua de manguezais do mundo, na costa amazônica (entre Pará, Maranhão e Amapá), e é o segundo país com a maior área total de manguezais do planeta, atrás apenas da Indonésia. Ecossistemas marinhos podem ajudar a reduzir em 21% as emissões de gases-estufa, aponta o Observatório do Clima. Manguezais são conhecidos como “florestas de carbono azul” pela sua capacidade de captura de três a cinco vezes mais carbono por hectare do que a Floresta Amazônica.

Além disso, os manguezais oferecem diversos outros serviços ecossistêmicos, como a proteção costeira contra a erosão e a provisão de habitats para diversas espécies marinhas.

O ecossistema também tem importância socioeconômica, gera renda para diversas comunidades. Somando seus serviços ecossistêmicos, os manguezais representam mais de US$ 90 mil (R$ 479 mil) por hectare por ano.

Apesar de sua importância, os manguezais sofrem degradação com a especulação imobiliária e obras que ignoram o mio ambiente, além da mudança do uso da terra para construção de tanques de camarões e para pastagem. Em Salinópolis (PA), município turístico, os manguezais foram cortados por pontes construídas pelo próprio Governo do Pará sem a construção de estações de tratamento de esgoto e particulares invadiram áreas protegidas por lei.

Conforme o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), a alteração dos manguezais impacta diretamente mais de mil espécies, como aves, peixes, plantas, mamíferos, répteis e anfíbios. A Lista Vermelha de Ecossistemas da União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN) destaca que metade dos manguezais do mundo correm o risco de colapsar até 2050.

Ponte Trump–Lula

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