Publicado em: 30 de setembro de 2025
O Pacto Contra a Fome deu início a uma ampla campanha nacional voltada à redução do desperdício de alimentos no Brasil. A iniciativa, que conta com a ginasta Rebeca Andrade e com a Magali, personagem comilona icônica de Maurício de Sousa, em peças publicitárias, chega com duas inovações desenvolvidas em parceria com a agência Africa Creative: a criação de uma assistente virtual com inteligência artificial no WhatsApp, chamada TIA Contra a Fome, e o Desperdiçômetro, ferramenta de monitoramento e conscientização.


A TIA funcionará como um canal direto de orientação para a população. Por meio do WhatsApp, a assistente virtual oferecerá dicas simples para evitar o descarte desnecessário de alimentos e sugerirá receitas a partir de ingredientes já disponíveis em casa. A proposta é mostrar que a tecnologia pode ser um instrumento eficaz na formação de hábitos mais sustentáveis.
Para falar com a TIA, o usuário deve se cadastrar no site institucional Jogue Contra o Desperdício, do Pacto da Fome.
O Desperdiçômetro será exibido em locais de grande circulação nas principais cidades brasileiras. Ele informará em tempo real a quantidade de alimentos que se perde durante o tempo gasto em atividades cotidianas, como esperar um transporte ou realizar uma compra. O objetivo é tornar o problema visível de forma prática e acessível.
Segundo Juliana Plaster, codiretora executiva do Pacto Contra a Fome, “o desperdício de alimentos é um desafio global que exige soluções inovadoras e, sobretudo, consciência social. Com o Desperdiçômetro e a TIA queremos não apenas inspirar hábitos mais sustentáveis dentro de casa, mas também mobilizar a sociedade a se engajar nessa agenda. Quando consumidores entendem a dimensão do problema, passam a exercer pressão sobre empresas e governos para mudanças estruturais. É essa combinação de escolhas individuais e força coletiva que pode acelerar a transformação necessária”.
A campanha busca mobilizar consumidores, empresas e governos em torno de práticas que reduzam o desperdício e estimulem maior conscientização social. Para isso, além da inteligência artificial e do Desperdiçômetro, contará com ativações em diferentes pontos do país, produção de conteúdos digitais e exibição de um filme publicitário. Projeções em prédios do Minhocão, em São Paulo, e da Biblioteca Nacional, em Brasília, no dia 29, fizeram parte da mobilização.
Raphael Vandystadt, diretor de Sustentabilidade e Relações Institucionais da Africa Creative, reforça o papel da comunicação no processo: “nosso papel como agência é usar a criatividade para gerar impacto real. Com o Desperdiçômetro e a TIA, queremos mostrar que comunicação e tecnologia podem andar juntas para transformar comportamentos. Quando traduzimos dados complexos em experiências acessíveis e cotidianas, conseguimos aproximar o tema da vida das pessoas e criar mobilização em escala. Esse é o verdadeiro poder da criatividade: inspirar mudanças urgentes e fundamentais”.
Um levantamento feito pelo Pacto Contra a Fome em parceria com a consultoria Integration revela que, anualmente, 55 milhões de toneladas de alimentos se perdem ou são desperdiçados no Brasil, enquanto 64,5 milhões de pessoas vivem em situação de insegurança alimentar. Essa contradição expõe não apenas o desafio social, mas também os impactos ambientais, já que o descarte inadequado aumenta a emissão de gases de efeito estufa e pressiona recursos naturais como solo e água. Estima-se que um terço de toda a produção de alimentos no país não chega ao consumo.
De acordo com o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), cada brasileiro desperdiça, em média, 77 quilos de alimentos por ano. Esse desperdício pesa no orçamento familiar: para uma família de três pessoas, o custo anual chega a R$ 1.603, valor superior ao salário mínimo. No cenário global, a FAO aponta que 1 milhão de refeições são desperdiçadas diariamente, com impacto econômico estimado em US$ 1 trilhão por ano.
O Pacto Contra a Fome é uma coalizão suprapartidária e multissetorial dedicada a engajar sociedade, empresas e governos no combate à fome, na promoção da alimentação adequada e na redução estrutural do desperdício. A meta é erradicar a fome até 2030 e garantir que todos os brasileiros estejam devidamente alimentados até 2040, apoiando-se em três eixos principais: articulação, inteligência estratégica e incentivo.
Para Geyze Diniz, cofundadora e presidente do Conselho do Pacto Contra a Fome, o caminho é coletivo: “temos convicção de que a meta é possível de ser cumprida se todos somarmos nesta causa. Governos, setor empresarial, terceiro setor e sociedade civil são imprescindíveis nesta jornada e é unindo essas forças que estamos atuando”.
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