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A Polícia Civil do Estado do Pará deflagrou há poucos minutos a Operação R.I.P. (Rest In Peace – “Descanse em Paz”) e cumpre 9 mandados judiciais expedidos pelo Juízo da 1a. Vara de Inquéritos Policiais e Medidas Cautelares da Comarca de Belém, sendo 04 de prisão temporária e 5 mandados de busca e apreensão domiciliares, de membros de associação criminosa que praticava fraudes ambientais. O delegado Marcos Mileo preside a operação, e prendeu Melquias Souza Raposo, Reginaldo Sozinho e Célia Pinheiro, que viviam fazendo pressão e até denunciavam morosidade da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Sustentabilidade em relação aos seus processos. Melquias foi alcançado assim que desembarcou em Belém, às 8:35h. 

A investigações iniciaram em 4 de agosto deste ano, a partir de informações de inteligência da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Sustentabilidade (SEMAS-PA), que detectou e comunicou à polícia judiciária irregularidades em processos referentes a Planos de Manejo Florestal Sustentável que tramitavam na Secretaria. Por meio de PMFS é obtida autorização estadual para a exploração de área para fins de atividade madeireira, que deve ser desenvolvida dentro de parâmetros sustentáveis, visando a preservação do meio ambiente. 

Para se ter uma ideia, no curso da operação policial foi descoberto que a suposta proprietária da área onde o manejo seria realizado teria firmado contrato de comodato com os investigados em abril de 2014. Só que ela faleceu, devido a câncer no pulmão, em julho de 2013, em São Paulo, onde estava internada no Hospital Sírio Libanês – ou seja, cerca de 9 meses antes da data da celebração do contrato. 

A partir de então a polícia constatou que o grupo criminoso protocolou, em diversos órgãos públicos, diversos documentos falsificados, firmados em nome da falecida, em data posterior ao seu óbito.
A terra em questão, situada no município de Portel, no arquipélago do Marajó, teria sido adquirida pela falecida – pessoa de família renomada na sociedade paulistana, Toledo Lara – em processo junto ao Incra, no ano de 1976, por meio de contrato de alienação de terras públicas. Trata-se de 2 PMFS, cujos projetos totalizavam 77.257,03 m3 (setenta e sete mil duzentos e cinquenta e sete, e três metros cúbicos) e previam um custo de mais de R$6 milhões, sendo que o lucro líquido dos projetos renderiam mais de R$2 milhões aos acusados. 

Com a operação o desmatamento fraudulento de quase 3 mil hectares e de mais de setenta mil metros cúbicos de madeira foi evitado. A Polícia Civil do Pará vai continuar as investigações para identificar outros envolvidos.
Franssinete Florenzano
Jornalista e advogada, membro da Academia Paraense de Jornalismo, da Academia Paraense de Letras, do Instituto Histórico e Geográfico do Pará, da Associação Brasileira de Jornalistas de Turismo e do Instituto Histórico e Geográfico do Tapajós, editora geral do portal Uruá-Tapera e consultora da Alepa. Filiada ao Sinjor Pará, à Fenaj e à Fij.

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