Operação “Não era amor” prende estelionatária sentimental em Belém

Mesmo com tantos casos divulgados na internet, nas emissoras de TV e até em livros e filmes, pessoas solitárias continuam caindo em golpes de estelionato emocional. Na manhã desta terça-feira, 15, a equipe policial da Seccional Urbana de São Brás cumpriu mandado de prisão contra Cristina Araújo Lisboa, bem como de busca e apreensão em seu endereço, apartamento em um condomínio residencial no bairro de Batista Campos.
O delegado Társio Martins liderou as investigações de sua equipe, composta pelos investigadores
Claudiney Lobato, Rafael Ramos e Estêvão Cunha e enquadrou a acusada nos crimes de extorsão e violência psicológica contra a mulher.

O prejuízo da vítima, uma senhora de meia idade e classe média alta, é superior a 10 mil Euros, cerca de R$ 70 mil.

Após quatro meses de investigação, o inquérito policial sob a presidência do delegado Tarsio Martins apurou que Cristina Lisboa, identificada como advogada, conheceu e se aproximou da vítima em um salão de beleza que ambas frequentavam e intermediou um relacionamento entre ela e um suposto servidor da justiça federal. Durante sete meses eles trocaram mensagens, sem encontros presenciais, pois o suposto “namorado” estaria na Europa.

Os criminosos convenciam a vítima a enviar quantias em dinheiro, alegando que o tal namorado estava na Europa cuidando de um filho, enfrentando problemas financeiros, e necessitava de ajuda.

Em certo momento a vítima suspeitou e decidiu não mandar mais dinheiro. A partir daí o “namorado” passou a chantageá-la ameaçando divulgar fotos íntimas que ela enviou quando acreditava estar namorando.

A polícia civil constatou que o celular utilizado nas mensagens nunca saiu do Brasil e estava vinculado à própria investigada por um longo período, desmentindo a alegação de que o tal “namorado” estaria no exterior.

O homem, que se identificava como “Carlos Alcântara”, também não consta nos cadastros de servidor da Justiça Federal.

A vítima tinha uma reserva de Euros em sua residência e os pagamentos eram feitos para Cristina, que se comprometia em fazer chegar por meio de parentes ao homem que estaria na Europa.

No cumprimento do mandado de busca e apreensão foram apreendidos dois smartphones, dois computadores e a caixa do aparelho celular utilizado no crime.

Por determinação judicial representantes da comissão de prerrogativas da OAB-PA acompanharam a operação.