A Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou a mpox como uma emergência de saúde pública global pela segunda vez em dois anos. O surto atual apresenta diferenças significativas em relação ao de 2022. O mpox, anteriormente conhecido como varíola dos macacos, é uma infecção viral caracterizada por lesões que causam dor, transmitida pelo contato direto com uma pessoa ou animal infectado, ou através de objetos contaminados.
O vírus do mpox é dividido em dois grupos distintos: clado I e clado II. O surto de 2022, que teve cerca de cem mil casos em todo o mundo, foi causado pelo clado II. Atualmente, a preocupação é com o clado I, que começou a se espalhar internacionalmente a partir da República Democrática do Congo e já atingiu doze países na região. Na última quinta-feira, dia 15 de agosto, a Suécia confirmou o primeiro caso registrado do clado Ib fora da África, embora as autoridades de saúde suecas tenham afirmado que a infecção ocorreu enquanto a pessoa estava no continente africano. No dia seguinte, o Paquistão também confirmou um caso de mpox, porém sem identificar o tipo de clado.
O clado I é considerado mais transmissível e potencialmente mais grave do que o clado II, o que preocupa os especialistas em doenças infecciosas sobre a possibilidade de uma disseminação internacional mais ampla. O clado I tem uma taxa de mortalidade de até 10% (enquanto a taxa de letalidade do clado II, no surto de 2022, era de até 1%) e o clado 1b apresenta novas mutações que aumentam a disseminação entre as pessoas.
A transmissão do mpox ocorre de diversas maneiras, incluindo o contato pessoal próximo com uma pessoa infectada, o contato com materiais contaminados e o contato com animais infectados, como na caça ou manuseio de roedores doentes. No surto que aconteceu em 2022, o clado IIb foi transmitido principalmente por contato sexual, especialmente entre homens que fazem sexo com homens. No surto atual, o clado Ib também tem se espalhado por contato sexual, apesar de esta não ser a única forma de transmissão. A exposição a animais e a transmissão dentro de lares também são possíveis, embora a vigilância limitada nas regiões afetadas dificulte uma melhor compreensão de como a disseminação ocorre.
Os sintomas, independentemente do clado, são semelhantes, começando com uma erupção cutânea que evolui para pequenas bolhas cheias de líquido branco, além de febre, dores de cabeça, musculares e nas costas, cansaço e inchaço dos linfonodos. Em casos graves, podem ocorrer lesões maiores, infecções bacterianas secundárias, pneumonia, inflamação do coração ou do cérebro. Pessoas imunocomprometidas correm maior risco de desenvolver sintomas atípicos e necessitar de hospitalização.
No último dia 15, o Ministério da Saúde do Brasil anunciou que está em negociação para a aquisição de mais vacinas contra o vírus, com uma meta de obtenção de vinte e cinco mil doses por meio da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS). Desde 2023, após a Anvisa aprovar o uso provisório da vacina Jynneos, também conhecida como Imvanex, produzida pela farmacêutica Bavarian Nordic, o Brasil recebeu aproximadamente quarenta e sete mil doses, das quais mais de vinte e nove mil já foram aplicadas.
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