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Não é à toa que os irmãos Maria Bethânia e Caetano Veloso são estrelas maiores da música brasileira. Ambos ostentam quase 60 anos de carreira de muitas histórias contadas e cantadas, e mesmo com o longevo caminho mantém-se extremamente conectados com a atualidade. Não foi diferente no show do último sábado, dia 28 de setembro, em Belém, quando eles entoaram “Voando pro Pará”, hit technobrega da Joelma, que recentemente virou um meme no mundo inteiro, deixando a plateia em êxtase.

A turnê tão simbólica dos irmãos já havia surpreendido o público desde o início com a inclusão no repertório de um hit gospel, cantado por Caetano, porém sua ligação – positiva – com as igrejas neopetencostais não é novidade. Tom e Zeca, seus filhos mais novos, são evangélicos, e a religiosidade dos dois nunca foi problema ou motivo para afastamento familiar, como já declarou em diversas entrevistas. Moreno, o filho mais velho, é candomblecista e tem ligações com religiões orientais, como o hinduísmo. Bethânia segue tanto o catolicismo quanto o candomblé, nos quais os irmãos Veloso foram iniciados ainda na infância. Caetano intitula-se “católico de axé, pós-ateu” depois de ter gravado Deus Cuida de Mim, em 2022, em parceria com o pastor Kleber Lucas, uma das raras lideranças evangélicas progressistas e opositoras ao ex-presidente Bolsonaro e à extrema-direita.

Confiram o registro de “Voando pro Pará” cantado por Bethânia e Caetano, gentilmente cedido pela publicitária Larissa Diniz:

Gabriella Florenzano
Cantora, cineasta, comunicóloga, doutoranda em ciência e tecnologia das artes, professora, atleta amadora – não necessariamente nesta mesma ordem. Viaja pelo mundo e na maionese.

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