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Aos 38 anos, presidente da Associação Indígena Pariri, reconhecida internacionalmente como uma das principais lideranças indígenas da região do Tapajós, Alessandra Korap tem atuação emblemática no movimento indígena que ocupa a sede da Seduc há 29 dias. De estatura física pequena, ela é gigante em seu protagonismo. Pela forte atuação em prol do meio ambiente, ganhou o Prêmio Goldman de 2023, considerado um “Nobel verde”. E na ocupação da Seduc brilhou pela sua capacidade de liderar.
Alessandra Korap nasceu
no município de Itaituba (PA), território indígena Sawré Muybu do povo Munduruku, onde há décadas seu povo convive com as invasões de madeireiros e garimpeiros.
Ela enfrentou resistências por ser mulher, casada e mãe. O papel tradicional era fazer roça, cuidar dos filhos e do marido. Mulher não ia para as reuniões, era coisa de homem. Mas também nas aldeias há conquistas femininas e, por seu carisma, Alessandra naturalmente foi aceita pelos caciques, que a apoiam com firmeza. Foi assim que começou a cursar Direito em 2018 na Universidade Federal do Oeste do Pará, a Ufopa, sediada em Santarém. Sofreu constrangimentos, ataques e ameaças de morte, teve sua casa invadida, mas não recuou. Adiou o sonho de ser advogada mas seu ativismo é tão poderoso que conseguiu barrar dezenas de multinacionais que queriam explorar minério em terras indígenas. A tal ponto que, em 2022, levantamento feito pelo Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram) revelou que, pela primeira vez em décadas, nenhuma das 130 empresas filiadas tinha protocolado pedidos para explorar minérios em TIs.
Assistam ao vídeo exclusivo de Alessandra Korap, de ontem (12), no gabinete da Presidência da Alepa, onde foi ouvida com atenção e respeito pelo presidente da Casa, deputado Chicão, ladeado pelas deputadas Maria do Carmo Martins Lima, vice-líder do Governo, e Lívia Duarte.

Lívia comparou movimento indígena com a Cabanagem

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