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Aproximadamente 23 mil toneladas de manganês ilegal extraído ilegalmente em Marabá, avaliadas em quase R$ 30 milhões, foram apreendidas pela Polícia Federal no porto de Itaqui, no Maranhão, nesta quarta-feira (5). A operação Dolos teve apoio da PF do Maranhão. A carga seria transportada à China, na quinta-feira (6), a bordo de navio mercante. Ainda hoje de manhã, a Operação Capistrano, da Polícia Civil do Pará, apreendeu 69 cargas de manganês, totalizando cerca de 5.544 toneladas, em um galpão no município de Barcarena, que também estavam prontas para serem exportadas para a China.

O titular da Demapa, delegado Dilermano Tavares, instaurou inquérito a fim de apurar a extração irregular do minério, seu armazenamento, transporte e comércio ilegal, bem como outros crimes correlatos, incluindo ligações com rede internacional. Trata-se de esquema bilionário do crime organizado, que não só causa degradação ambiental mas também evasão de divisas e enorme problema econômico e social.

Está mais do que evidente que a mineração ilegal no sul/sudeste do Pará é escoada pelos portos de Vila do Conde, no nordeste do Pará; de Santarém, no oeste paraense; e outra parte pelo porto de Itaqui. A prática é recorrente e os números são impressionantes. Em setembro de 2020, 70 mil toneladas de manganês foram apreendidas pela Agência Nacional de Mineração no Porto de Vila do Conde. No mês seguinte do mesmo ano, a Operação Ágata Norte apreendeu mais de 146 mil toneladas de manganês e destruiu 3 mil pés de maconha no Pará, em ação conjunta das Forças Armadas com PF, Ibama, AMN e Receita Federal.

Já em dezembro do ano passado a PF, a Receita e a ANM apreenderam mais de 100 mil toneladas de manganês, no valor de 50 milhões, e 1.144 toneladas de cobre, valendo R$1,1 milhão, em Vila do Conde, da exploradora multinacional indiana WMA EXIM, suspeita de operar uma rede de exploração ilegal com mais de vinte empresas no Pará, tendo a Full Comex Trading como intermediária.

O manganês é valioso, amplamente utilizado na indústria siderúrgica e de ligas metálicas. Como é que ninguém vê a extração e transporte ilegal de milhares de toneladas de minério? Mistério. Impossível passar despercebido. No Pará, ficam as imensas crateras, poluição ambiental, cidades superlotadas de aventureiros, violentas e sem arrecadação fiscal.

Franssinete Florenzano
Jornalista e advogada, membro da Academia Paraense de Jornalismo, da Academia Paraense de Letras, do Instituto Histórico e Geográfico do Pará, da Associação Brasileira de Jornalistas de Turismo e do Instituto Histórico e Geográfico do Tapajós, editora geral do portal Uruá-Tapera e consultora da Alepa. Filiada ao Sinjor Pará, à Fenaj e à Fij.

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