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“Atualmente, os jovens brasileiros, em
especial os negros e os mais pobres, são as maiores vítimas da violência. Os
crimes com arma de fogo são a primeira causa da morte de nossos jovens. O
Brasil ocupa o desonroso 6º lugar em mortalidade juvenil.
Depois de 21 anos da aprovação do Estatuto da
Criança e do Adolescente, percebemos, diante de casos como o ocorrido em Belém,
como ainda são grandes os desafios para a sua plena implementação. Dias atrás,
aprovamos nesta Casa o Estatuto da Juventude, importante marco legal para
garantir direitos aos jovens, vale lembrar que um dos direitos assegurados é o
da Segurança Pública, neste caso, vedada a estes jovens.
Os movimentos juvenis denunciam a existência
de um verdadeiro extermínio dos jovens negros. Denunciam também, a violência
policial da qual, dia a dia, são vítimas.
Uma das mães dos jovens mortos em Belém,
afirmou à imprensa:
“Os caras se apresentaram como polícia,
mandaram se ajoelhar com as mãos na cabeça como polícia, usaram pistola, que é
arma de polícia, e, no fim, estava passando uma viatura da PM que fez ‘corpo
mole’ e não quis ir atrás dos suspeitos, que fugiram de moto”.
Se isso for comprovado, torna o caso ainda
mais grave, pois os agentes públicos, que deveriam ser responsáveis por zelar
pela vida de nossos jovens, seriam nesta situação, os algozes.
Diante desta situação, peço ao governo do
Estado do Pará, através de seus órgãos competentes, que faça plena apuração
deste crime.
Gostaria de pedir também que a Secretaria de
Direitos Humanos da Presidência da República acompanhe de perto as
investigações e garanta que a justiça seja feita.”
(Deputado
federal Cláudio Puty (PT-PA), na tribuna da Câmara, sobre a chacina de seis meninos
com idade entre 15 e 17 anos, executados pelas costas com tiros na cabeça, no sábado
à noite, quando conversavam em frente ao prédio do Instituto de Previdência e
Assistência do Município de Belém, no bairro Ponta Grossa, em Icoaraci,
distrito de Belém: dois homens desceram de uma moto, apresentaram-se como
policiais, mandaram os menores ficarem na calçada, de joelhos e com as mãos na
cabeça, e cometeram o brutal assassinato.)
Franssinete Florenzano
Jornalista e advogada, membro da Academia Paraense de Jornalismo, da Academia Paraense de Letras, do Instituto Histórico e Geográfico do Pará, da Associação Brasileira de Jornalistas de Turismo e do Instituto Histórico e Geográfico do Tapajós, editora geral do portal Uruá-Tapera e consultora da Alepa. Filiada ao Sinjor Pará, à Fenaj e à Fij.

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