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Como o próprio Luís Inácio Lula da Silva diria, “nunca na história” deste País um ex-presidente da República foi condenado por corrupção. Tristes dias em que um mandatário que se elegeu com dezenas de milhões de votos e foi o símbolo da esperança de um Brasil melhor e de oportunidades para todos chafurda na lama que se espraia e alcança quase a maioria absoluta dos políticos com mandato. Resta o consolo de que a democracia resiste e o funcionamento das instituições da República pode garantir a punição a todos quantos dilapidaram a nação, indistintamente, doa a quem doer.

No mais, é de se enfatizar trecho da sentença histórica do juiz Sérgio Moro:

A culpabilidade é elevada. O condenado recebeu vantagem indevida em decorrência do cargo de Presidente da República, ou seja, de mandatário maior. A responsabilidade de um Presidente da República é enorme e, por conseguinte, também a sua culpabilidade quando pratica crimes. Isso sem olvidar que o crime se insere em um contexto mais amplo, de um esquema de corrupção sistêmica na Petrobras e de uma relação espúria entre ele o Grupo OAS. Agiu, portanto, com culpabilidade extremada.” 

(…)

É de todo lamentável que um ex-Presidente da República seja condenado criminalmente, mas a causa disso são os crimes por ele praticados e a culpa não é da regular aplicação da lei. Prevalece, enfim, o ditado “não importa o quão alto você esteja, a lei ainda está acima de você” (uma adaptação livre de “be you never so high the law is above you”).” 


Cliquem aqui e leiam a sentença na íntegra. Processo nº 5046512-94.2016.4.04.7000
Franssinete Florenzano
Jornalista e advogada, membro da Academia Paraense de Jornalismo, da Academia Paraense de Letras, do Instituto Histórico e Geográfico do Pará, da Associação Brasileira de Jornalistas de Turismo e do Instituto Histórico e Geográfico do Tapajós, editora geral do portal Uruá-Tapera e consultora da Alepa. Filiada ao Sinjor Pará, à Fenaj e à Fij.

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