A imagem de Nossa Senhora de Nazaré e toda a iconografia que representa o Círio de Nazaré tem sido para o arquiteto, artista plástico e professor Jorge Eiró preciosa fonte de inspiração e devoção. Há uma década ele vem anualmente criando obras inspiradas na Nazinha e sua berlinda, procurando expressar de variadas formas, versões e estilos as representações da santa, e este ano ele concebeu nova série das “Berlindas de Belém”.
Tudo começou quando, em 2013, Jorge Eiró foi convidado a criar uma imagem da santinha para ilustrar a camisa oficial do Círio da Assembleia Paraense e fez enorme sucesso. A imagem era de uma berlinda em pintura acrílica convertida digitalmente e que trazia como inspiração o famoso tapete de flores de jambeiro que adorna as alamedas do clube. Nos anos seguintes a coleção foi se avolumando e muitas delas estão em acervos particulares. Alguns anos depois, a pedido dos editores do Livro do Círio Oficial, também ilustrou três edições da capa da publicação.
Mestre e doutor em Educação, professor da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da UFPA, o artista também foi docente dos Cursos de Artes Visuais e de Arquitetura e Urbanismo e do Programa de Pós-Graduação em Comunicação, Linguagens e Cultura da Unama. Protagonizou as exposições individuais “Como vai você, Jorge Eiró?” (1987), “Solo e Jorge Eiró” (1990), “Idade Mídia” (1994), “Exegese” (1996); “Cartografias” (2002); “Labirinto Líquido” (2004); “Azulejaria da Companhia de Jorge” (2010) e “Linha do Horizonte” (2014). Participou de várias mostras coletivas nacionais e internacionais, entre elas Salão Arte-Pará, Salão Nacional (Rio de Janeiro, 1985), Art in Paradise (Miami e Washington- USA, 1992), Graphos (Brasília, 1993), Painel da Arte Contemporânea Brasileira (São Paulo, 1994), Pará Hoje (Belém e Brasília, 1996), Panorama da Arte Paraense (Curitiba, 2001) e Dentro/Fora (São Paulo, 2002); Trilhas, (Rio de Janeiro, 2012); Margens (São Paulo, 2016) e Tanto Mar (Lisboa, 2019);
Em 1989 Jorge Eiró ganhou o 1o Prêmio Literário Secult com o livro de poemas Quintais do Tempo; integrou a comissão executiva do Salão Paraense de Arte Contemporânea entre 1992 e 1994 e atuou como programador cultural no Museu da UFPA entre 1993 e 1995. Premiado com a bolsa de pesquisa de criação e experimentação artística do Instituto de Artes do Pará, desenvolveu a vídeo-instalação Labirinto Líquido, em 2004. Premiado pelo edital de cultura do Banco da Amazônia em 2006, lançou o livro Escritura Exposta, com artigos e ensaios sobre arte contemporânea paraense. Exerceu a função de diretor Artístico-Cultural da AP no triênio 2017- 2020, é membro do Conselho Curador do Centro Cultural Brasil-Estados Unidos e dirige o atelier/galeria Companhia de Jorge, que fica na Rua Boaventura da Silva, 1492, no bairro do Umarizal, em Belém.
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