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O
promotor de justiça de Juruti, Bezaliel Castro Alvarenga, instaurou ontem
Procedimento Preparatório Preliminar, a fim de investigar denúncias quanto a
esquema de corrupção conhecido como o “mensalinho de Juruti”. Em gravação em
áudio de reunião entre o prefeito 
Marco Aurelio Dolzane do Couto, o Marquinho(PSD) e onze vereadores, se evidencia o suposto
acerto de propina paga em troca de apoio político, além de liberação de
combustível e passagens. Inicialmente, foram requisitados documentos à Prefeitura
e Câmara Municipal, e o CD com o material encaminhado ao Centro de Perícias
Renato Chaves. Também será instaurado inquérito policial para apuração dos
fatos. O prazo para conclusão do procedimento é de noventa dias. De acordo com
o promotor de justiça, o fato é grave e exige intervenção do Ministério
Público, em defesa da moralidade administrativa. Caso sejam confirmadas as
denúncias, ao final será proposta a ação judicial competente. 

Na gravação, um vereador cobra do prefeito o
pagamento de uma espécie de mesada, no
valor de R$ 2 mil, que estaria atrasada. “Um dos
problemas que estamos enfrentando é com relação ao repasse dos 2 mil reais. Tá
ficando uma situação complicada pra todos nós aqui. Eu particularmente preciso
dessa ajuda”, diz o parlamentar, que chega a pedir “pelo amor de Deus”, que o
prefeito não deixe de pagar o dinheiro extra.

Um deles e diz achar que
o pagamento dos R$ 2 mil deve ser encarado como um dízimo. “Eu queria dizer que
de fato esse compromisso que o senhor tem com os vereadores fosse visto como um
dízimo pra nós”. E pede que o valor seja repassado todo dia
20 de cada mês, porque “a pão e água, assim como o senhor está, nós estamos
também”. Diz, ainda, que todos estão com o prefeito “no
sentido de pegar porrada juntos”.

Em seguida, uma vereadora reclama da falta de
resolução do “problema” e das diversas cobranças feitas aos secretários, que
não os resolvem. E fala
 que o pagamento dos vereadores deve
ser “prioridade número zero”.

Como solução, um dos presentes à reunião propõe que
a prefeitura faça uma licitação com uma empresa de um dos vereadores e repasse
o dinheiro à empresa todo mês. A proposta é rejeitada pela vereadora. “Eu vou lhe falar uma coisa: eu e o Peruano estamos
sendo processados por conta de a gente ter feito uma maluquice aí, de o Peruano
ter feito uma licitação quando era vereador, e nem estava no nome dele. Se
tiver uma fiscalização aqui, o senhor vai estar entregando o ouro ao bandido”. 
A vereadora é Heriana Santos (PT), a mais votada do
município em 2012, que também é a autora da gravação, que seria datada de setembro
de 2014.
O áudio, de 1 hora, 14 minutos e 53 segundos, vazou e foi gravado em um DVD com capa produzida, com o título de Vozes da Verdade, fartamente distribuído na
cidade, e que, naturalmente, vem causando furor. 
Cliquem aí em cima e confiram.
Franssinete Florenzano
Jornalista e advogada, membro da Academia Paraense de Jornalismo, da Academia Paraense de Letras, do Instituto Histórico e Geográfico do Pará, da Associação Brasileira de Jornalistas de Turismo e do Instituto Histórico e Geográfico do Tapajós, editora geral do portal Uruá-Tapera e consultora da Alepa. Filiada ao Sinjor Pará, à Fenaj e à Fij.

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