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Entre os veículos que caíram no rio Tocantins ontem (22) à tarde, na ponte Juscelino Kubitscheck de Oliveira, que liga Aguiarnópolis (TO) e Estreito (MA), três caminhões-tanque transportavam ácido sulfúrico e defensivos agrícolas, substâncias extremamente perigosas para seres humanos, a fauna e a flora aquática. A Defesa Civil expediu alerta máximo para que as pessoas não consumam a água do rio e nem entrem nele.

Para se ter uma ideia da tragédia ambiental, o Tocantins é o segundo maior rio de integração nacional, atravessa os estados de Goiás, Tocantins, Maranhão e Pará, além do Distrito Federal, e tem 2,6 mil quilômetros de extensão. Na altura do Bico do Papagaio – região de transição entre os biomas Cerrado e Amazônia – une-se ao rio Araguaia e com ele forma a principal bacia hidrográfica do Brasil e um dos maiores sistemas fluviais da América Latina, que encontra o rio Amazonas no arquipélago do Marajó e chega à foz no Oceano Atlântico.

O ácido sulfúrico é um dos ácidos mais perigosos e pode matar a fauna e flora dos rios, devido ao seu poder altamente corrosivo, desidratante e tóxico. É usado na fabricação de fertilizantes, baterias, explosivos e na síntese química de medicamentos, entre muitos outros usos. Não é considerado inflamável, porém o seu contato com água pode ser explosivo e gerar incêndio, daí a imensa gravidade do cenário. Na água, também pode formar sais insolúveis e precipitar ou então ser reduzido ou oxidado. A chuva ácida é uma das consequências e causa terríveis danos aos ecossistemas terrestres e aquáticos. Em contato com seres humanos causa queimaduras graves na pele, músculos, boca, garganta, esôfago e estômago; irritação do trato respiratório, com sensação de queimação, tosse, falta de ar e dor de garganta; depressão respiratória; agitação, marcha vacilante e fraqueza; e ulceração profunda da córnea, entre outros males.

A queda da ponte precisa ser investigada com rigor. Era evidente o alto risco de desabamento. Os moradores locais afirmam que há muito tempo denunciaram a situação ao Departamento Nacional de Infraestrutura (Dnit), órgão do Ministério dos Transportes, que não agiu para evitar a tragédia. Ate agora, duas pessoas morreram, outra ficou ferida e 14 estão desaparecidas: duas crianças de 3 e 11 anos; duas mulheres; um mototaxista e sua passageira; o motorista de um carro Citroen; três pessoas que estavam em uma caminhonete S10; e quatro motoristas dos caminhões que transportavam ácido sulfúrico, defensivos agrícolas e MDF.

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