Uma baleia beluga, suspeita de ser utilizada como espiã pela Rússia, foi encontrada morta no último dia 31 de agosto na costa sudoeste da Noruega. O animal, conhecido como Hvaldimir, ganhou notoriedade há cinco anos quando foi visto com um arnês que dizia “Equipamento de São Petersburgo”, gerando especulações sobre seu envolvimento em espionagem. O corpo de Hvaldimir foi descoberto flutuando em uma baía próxima à cidade de Risavika.
A organização de direitos dos animais One Whale, que monitora a baleia, afirmou que o animal foi encontrado com ferimentos de bala e alegou que ele foi vítima de um crime hediondo. A fundadora do grupo, Regina Haug, prometeu buscar justiça pelo ocorrido e entrou com uma queixa na polícia norueguesa, solicitando a abertura de uma investigação criminal. Fotografias publicadas nas redes sociais pela organização parecem mostrar os ferimentos de bala no corpo da baleia. No entanto, a organização Marine Mind, que foi responsável pela descoberta do corpo, afirmou que ainda é cedo para determinar a causa exata da morte. Segundo o diretor da organização, Sebastian Strand, foram identificadas marcas no corpo da baleia, mas ainda não há evidências conclusivas que confirmem o motivo da morte. O corpo de Hvaldimir foi levado ao Instituto Veterinário Norueguês para autópsia, e o laudo final é aguardado nas próximas semanas.
Com aproximadamente 15 anos de idade, Hvaldimir estava longe de ser considerado velho, já que as belugas podem viver até os 60 anos. Nos últimos anos, a baleia enfrentou vários perigos, como colisões com navios, devido à sua proximidade com áreas movimentadas. A One Whale havia defendido a transferência de Hvaldimir para o Mar de Barents, ao norte da Noruega, um habitat mais natural para a espécie, o que poderia reduzir os riscos à sua segurança, porém a Marine Mind se opôs a essa ideia, alegando que mover o animal poderia pôr sua vida em risco.
A morte de Hvaldimir reacende os questionamentos e preocupações sobre o treinamento de mamíferos marinhos para fins militares. A Rússia, historicamente, já treinou golfinhos e baleias para atividades militares, e, em 2019, quando Hvaldimir foi avistado pela primeira vez nas águas norueguesas, a proximidade com a base da Frota do Norte da Rússia, em Murmansk, aumentou as suspeitas de que ele poderia ter sido treinado por militares russos. Seu nome era uma junção da palavra norueguesa hval, que significa baleia, e do primeiro nome do presidente russo Putin, Vladimir.
Foto: Marine Mind / Instagram
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