Publicado em: 19 de dezembro de 2025
Pesquisadores de instituições renomadas no Brasil e no exterior têm produzido excelentes trabalhos acadêmicos sobre a relação entre minimalismo, consumismo e meio ambiente. Há muito a se pesquisar, refletir e compartilhar sobre essa conexão com o desenvolvimento sustentável. Os desastres ambientais em escala global não deixam dúvidas de que todos têm responsabilidade pelo bem-estar das gerações presentes e futuras.
É necessário que se entenda, de uma vez por todas, que o mundo da indústria e do comércio de bens e serviços, os governos e os consumidores são detentores, em diferentes graus, dessa responsabilidade.
Nas práticas dominantes da atualidade, no imaginário social e na conduta individual, coletiva e difusa, consumir o que não é necessário para bem viver transformou-se em denominador comum para sentir que se está integrado, incluído e feliz. A publicidade e a propaganda de produtos e serviços inoculam com maestria esse padrão de consumo no senso comum, com efeitos perversos à saúde mental das pessoas de todas as faixas etárias. Isso pode gerar, e muitas vezes efetivamente gera, um clima de frustração que deteriora as relações familiares e extrafamiliares.
É importante e inegável ter sempre em mente que ter a possibilidade de consumir bens e serviços essenciais constitui um direito civilizacional e integra a satisfação da dignidade humana. Parcela dos estudos aponta que a busca da felicidade (conceito complexo e plural) por meio do consumo do que é supérfluo para bem viver tem se dissipado paulatinamente.
A bem dizer, estudos conexos ao assunto indicam a existência de uma indústria que manipula mentes e corações simplesmente para fomentar o ciclo de consumir, descartar e consumir novamente.
De um lado, o consumismo valoriza a aquisição de bens e serviços como meio para alcançar a felicidade e o status social, ainda que paradoxalmente possa levar a problemas como endividamento desnecessário, desperdício e impacto ambiental negativo. Por outro lado, a proposta minimalista advoga pelo consumo do que é essencial para bem viver, pela eliminação do supérfluo e pelo foco no que realmente importa. Os padrões de consumo, portanto, têm impactos diretos na saúde mental dos indivíduos e no equilíbrio do meio ambiente.
A complexa relação entre minimalismo, consumismo e meio ambiente mantém-se atual por expressar fluxos e refluxos críticos para a sustentabilidade econômica e ambiental global, como ficou evidenciado na COP30, realizada este ano em Belém do Pará.
A propósito da problemática exposta, vale a pena apreciar o documentário intitulado “Minimalismo: Um Documentário sobre as Coisas Importantes” disponível na Netflix com o título regionalizado “Minimalismo Já”.









Comentários