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Foi inaugurada ontem, dia 9 de dezembro, na sede do Tribunal Regional do Trabalho da 8ª Região (Tv. Dom Pedro I, 746) , em Belém, a exposição “Mil Marias e 18 ODS”, com curadoria das artistas visuais Marta Cardoso e Renata Segtowick. A mostra, uma celebração à força, resiliência e criatividade das mulheres da Amazônia, é um projeto que une arte e reflexão sobre os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Organização das Nações Unidas (ONU), com um olhar singular para o contexto amazônico e o protagonismo feminino, e estará aberta à visitação de 10 a 19 de dezembro, de segunda a sexta-feira, das 8h às 13h. A entrada é gratuita.

“A Colheita”, de Julia Goulart

A exposição reúne obras de 22 artistas paraenses, apresentando técnicas variadas como pintura sobre tela, grafite, bordado, fotocolagem e esculturas em papel. Cada obra dialoga com temas globais como igualdade de gênero, trabalho digno e preservação ambiental, mas também resgata as particularidades culturais, sociais e ambientais da região amazônica.

“Ensinar Sobre As Águas”, de Mandy Modesto.

“A semente desse projeto é a existência de laços entre diversas artistas paraenses, que já trazem em seus portfólios temáticas da Amazônia. ‘Mil Marias’ surge, não como uma referência religiosa, mas para expressar, através da arte, o ponto de vista das mulheres. As ODS foram agregadas por questão de pertinência social, pois elas tratam de problemas sofridos em grande parte por mulheres. Ao mesmo tempo, as mulheres são apontadas pela ONU como agentes de mudança”, explica Marta Cardoso.

A artista e curadora Renata Segtowick com sua obra “Água é vida”

Participam da mostra Chris Mascaro, Dani Sá e Emília Sá, Dannoelly Cardoso, Francy Botelho, Ireny Nunes, Mileide Barros, Julia Goulart, Ka Miranda, Laís Cabral, Boto Psicodélico, Lenu, Lorena Rodrigues, Mama Quilla, Mandie Gil, Mandy Modesto, Maria Eloise Albuquerque, Marina Pantoja, Marta Cardoso, Michelle Cunha, Natany Rodrigues, Renata Segtowick, Ryssa Tomé e Thay Petit, que utilizam suas linguagens artísticas para contar histórias e provocar reflexões.

“Tecendo Futuros”, de Thay Petit

A exposição também é inovadora ao agregar o ODS 18, dedicado à Igualdade Étnico-Racial, um tópico recente no contexto dos objetivos globais. Renata Segtowick destaca a importância de incluir essas questões no discurso artístico: “Creio que toda obra de arte conta um pouco do que a gente é, como se fosse um espelho. Nos enxergar nas obras e por trás delas é o que nos move. Além disso, acredito que a arte serve como instrumento para discutir sobre a crise climática e ambiental, podendo dessa forma atingir mais as pessoas e fazer refletir sobre o tema”.

“Entre Cinzas e Raizes e Matriz Amazonica”, de Dannoelly Cardoso

O título da exposição, “Mil Marias”, simboliza a pluralidade e a força das mulheres. Marta Cardoso resume o impacto do projeto: “Em cada Maria há um pouco de todas as mulheres e em todas as mulheres, um chamado para transformar o mundo, e isso nem é tão utópico. Cada Maria consegue, em diferentes escalas e com diferentes repertórios, fazer diferença onde está. Desejamos que cada Maria possa inspirar, provocar e cativar, pois estamos vivendo gargalos sociais seríssimos”.

Além das obras de arte, a exposição oferecerá uma experiência interativa, com vídeos que revelam os processos criativos das artistas e visitas guiadas para aprofundar o entendimento das temáticas abordadas. As obras estarão à venda.

“Sonho Vegetal”, de Lorena Rodrigues
Gabriella Florenzano
Cantora, cineasta, comunicóloga, doutoranda em ciência e tecnologia das artes, professora, atleta amadora – não necessariamente nesta mesma ordem. Viaja pelo mundo e na maionese.

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