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Na terça-feira da semana que vem, dia 18, às 19h, o Sesc Ver-o-Peso será palco do lançamento do livro “As Formas sociais do Gosto”, da antropóloga Marina Ramos Neves de Castro, que é professora da Faculdade de Comunicação e do Programa de Pós-graduação Comunicação, Cultura e Amazônia da Universidade Federal do Pará, discute na obra a experiência social do gosto com base em uma etnografia realizada na dinâmica Feira do Guamá, a segunda maior de Belém, depois do Ver-o-Peso.

O livro é resultado de pesquisa etnográfica realizada entre 2011 e 2018, inicialmente no âmbito do curso de mestrado em Artes e, em seguida, para a obtenção do título de doutora em Antropologia pela UFPA. A pesquisa se insere no conjunto dos estudos já existentes sobre as feiras amazônicas, acrescentando, a esses debates, a perspectiva da antropologia dos sentidos e da etnografia sensorial.

A autora alicerçou sua análise nas perspectivas fenomenológicas de Maurice Merleau-Ponty e de Alfred Schütz, combinando-as com o interpretativismo antropológico e suas críticas pós-modernas, a antropologia modal de François Laplantine e as antropologias sensorial e dos sentidos de David Le Breton, David Howes e Constance Classen, além dos estudos de cultura material de Daniel Miller e Chris Tilley. Com isso, Marina Castro oferece uma etnografia sensorial, como proposto por Sarah Pink, com base na concepção de que etnografia é teoria, conforme sugerido por Mariza Peirano.

Seu orientador, o professor Fabiano Gontijo, do PPGA da UFPA, enfatiza no prefácio “a inventividade do tema, a originalidade da abordagem, a criatividade da metodologia, a criticidade da revisão teórica e (…) a reflexividade do engajamento (político) da pesquisadora”. O professor, além disso, sintetiza o livro da seguinte maneira:

“Participando ativamente da vida dos feirantes, compartilhando sensorialidades e formulando socialidades no cotidiano da feira, Marina Castro acabou por revisar o alcance da teoria do gosto proposta por Pierre Bourdieu no fim da década de 1970. Para ela, o gosto, enquanto forma de expressão e sociação, não deve ser reduzido à condição de um simples prazer estético ou enquadrado em categorias pautadas pelas concepções hegemônicas de beleza, ideal ou perfeição. O gosto passa a ser, assim, muito mais do que um princípio de organização social. Ela o demonstra primorosamente, em particular, nos “retratos sensoriais” apresentados no quinto capítulo, em meio aos conceitos de espacialidade, sensibilidade, percepção, sentidos e sinestesia”.

O lançamento do livro será precedido, às 17h, pelo “XI Colóquio do SISA:  A escrita da cultura e das sensorialidades”, grupo de pesquisa coordenado por Marina sobre Sociabilidades, Intersubjetividade e Sensibilidades Amazônicas, que vai discutir as metodologias relacionadas à pesquisa sobre as sensorialidades na vida social.

Marina Ramos Neves de Castro é mestre em Estudo das Sociedades Latino-Americanas pelo Instituto de Altos Estudos da América Latina, ligado à universidade Sorbonne e, também, mestre em Artes pela UFPA. Doutora em Antropologia, desenvolve pesquisas sobre sensibilidades amazônicas, notadamente junto a populações tradicionais da região. Na Faculdade de Comunicação dá aulas sobre Estética da Comunicação e no PPGCOM ministra aulas sobre Teorias da Cultura.

Caso Sefer será decidido pelo STJ e STF 

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