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Eu fiquei de cabelo em pé quando li o post do deputado Parsifal Pontes, líder
do PMDB na Alepa, em seu blog Parsifal
5.4
, hoje, intitulado, não por acaso, “As alcovas das eleições da AMAT”.
Nem vou comentar. Transcrevo para que leiam e tirem suas
próprias conclusões.

Na sexta-feira (22), a Associação dos Municípios do
Araguaia-Tocantins (AmatCarajás) elegeu, com 25 votos, o prefeito de Tucuruí,
Sancler Ferreira (PPS), para presidi-la em 2013. O prefeito de Marabá, João
Salame (PPS), obteve 11 votos.
Eleições em colegiados pequenos são
favas contadas para qualquer governo, mas as despesas para contar as favas
estão cada vez maiores para o erário.
Em 2011 a conta pode ter chegado a R$
50 milhões
Na última eleição da AMAT (2011),
quando o governo elegeu o ex-prefeito de Tucumã, Celso Cardoso, a planilha das
continências veio à tona: um manuscrito, de punho do próprio
Celso
, revelou que o prato de resistência foi a
distribuição de 90 quilômetros de asfalto.
O governo não cumpriu todo o
compromisso, mas a parte liquidada pode ter beirado os R$ 50 milhões. Para quem
nada tinha, a metade do cobertor aliviou o frio.
Em 2013 a conta subiu
Nesta eleição de 2013, já na
quinta-feira (21), o Secretário de Obras do Governo, Joaquim Passarinho,
acompanhado de áulicos, desembarcou em Marabá para avalizar os votos do dia
seguinte.
Na sexta-feira (22), os prefeitos
contabilizavam o que haviam conseguido para eleger Sancler Ferreira: como o
governo não admitia ser derrotado pelo prefeito de Marabá, (que já foi aliado e
é hoje um dos seus mais ferrenhos desafetos) a caneta do Passarinho foi
bondosa.
Pelo que se ouviu, a conta ultrapassou
os 200 km de asfalto, fazendo com que o preço da eleição da AMAT esse ano possa
beirar os R$ 150 milhões.
Altaneira Polícia Militar
Embora eu já tenha visto bois voarem,
desta vez houve um compromisso inusitado: foi prometido a um prefeito, além do
asfalto, a garantia de que a Polícia Militar vai retirar os invasores da sua
fazenda. É a briosa prestando serviço eleitoral.
Cínicos, estoicos e epicuristas
Não há juízo moral na narrativa e a
prática não é invenção dos tucanos. Como os governados querem mais que rezas,
não é possível governar um Estado apenas com ave-marias: todos os governos se
valem desses artifícios para conquistar e manter espaços de poder.
A diferença está apenas nos discursos:
uns são cínicos, outros estoicos e há também os epicuristas. Os mais espertos,
dependendo da ocasião,
alinham-se
com todas essas escolas no decorrer do dia: são os pragmáticos.
Franssinete Florenzano
Jornalista e advogada, membro da Academia Paraense de Jornalismo, da Academia Paraense de Letras, do Instituto Histórico e Geográfico do Pará, da Associação Brasileira de Jornalistas de Turismo e do Instituto Histórico e Geográfico do Tapajós, editora geral do portal Uruá-Tapera e consultora da Alepa. Filiada ao Sinjor Pará, à Fenaj e à Fij.

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