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Famílias que saíam de Belém para passar o feriado da Páscoa em Salinópolis e outros municípios da região do Salgado ficaram até de madrugada retidos, por conta do transbordamento do rio Uriboca, que causou uma fila imensa de carretas e outros veículos. Pessoas que moram em Marituba chegaram em casa às 4h da madrugada.

O problema do transbordamento do rio Uriboca e do estrangulamento do trânsito na Região Metropolitana de Belém, principalmente nos limites entre Ananindeua e Marituba, é antigo mas sempre tratado com paliativos que em nada melhoram a situação.

A bacia hidrográfica do rio Benfica, na RMB, sofreu urbanização desordenada, suprimindo áreas verdes e as margens dos cursos d’água, potencializando processos erosivos e assoreamentos. O mau uso e ocupação do solo, aliado à declividade e ao escoamento superficial, produziu consequências, que são conhecidas e diagnosticadas cientificamente, mas falta vontade política para garantir práticas ambientais adequadas ao manejo da bacia. Vários estudos técnicos da Universidade Federal do Pará e da Universidade Federal Rural da Amazônia apontam que a bacia apresenta tendência a enchentes e suscetibilidade a inundações, com predomínio de pontos de concentração do fluxo de escoamento, onde há focos de inundação.

É evidente a necessidade da reconstituição de áreas verdes e da criação e implementação de um plano de recursos hídricos para a bacia, além da implementação de políticas públicas voltadas para o saneamento básico e fiscalização das áreas de preservação ambiental nos municípios que integram a bacia hidrográfica do rio Benfica, antes que seja tarde. Ademais, a rodovia BR-316 não recebeu obras de drenagem adequadas, desde a sua construção. De nada adianta recompor o asfalto sem essa questão fundamental.

A saga das BR-230 e BR-163 ao longo de 50 anos

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